12 outubro 2009

THE XX - "XX"

Muito se tem falado por todo o lado do primeiro álbum desta banda londrina, e eu como sou um gajo que não gosta de fugir às modas (quando estas me parecem razoáveis e de excelente qualidade), e observando tamanhos elogios, era impossível passar indiferente e não ouvir este álbum.
A verdade é que estes putos de 20 anos (2 rapazes e 2 raparigas) fazem música de gente grande, de quem já anda nestas andanças há décadas.

Este "XX" apresenta-nos melodias sedutoras, sonoridades conhecidas mas reinventadas, transmitidas em "slows" com traços de R&B, soul ou pop, dando uns passinhos também pelo shoegaze e pela electrónica. Esta mescla de influências dá aos The xx (é mesmo em minúsculas) uma alma muito própria, e a sua personalidade assenta muito na complementaridade da voz do homem e da mulher.
Para além deste interessante traço teatral/dramático nas músicas da banda, temos sempre presente um forte baixo a marcar o ritmo, coajuvado por guitarras desenhadoras dos caminhos dançantes a seguir (gostei da expressão "guitarra serpentante", utilizada pelo Vítor Belanciano no Ípsilon).
A introdução do álbum é absolutamente avassaladora; "Intro" (a melhor introdução a um CD que já ouvi?) tem um instrumental que nos seduz por completo, caracteriza o som da banda e nos arrasta para ouvir as restantes faixas, que vão revelando uma consistência absolutamente notável. "VCR", "Fantasy" ou "Night Time" são de uma simplicade que até assusta, "Basic Space" ou "Heart Skipped a Beat" são mais elaboradas, mas a essência está lá, e o resultado final é tremendamente positivo. Depois, temos "Crystalized", "Shelter" e "Infinity", aquelas músicas que são absolutamente sublimes, dada a clareza de ideias e a simplicidade que emanam.

Com estas amostras, conseguimos experienciar as mais diversas sensações. Temos sons mais gélidos, mais frios, mais quentes, mais alegres, mais melancólicos. Mas uma coisa se mantém: a qualidade artística deste indivíduos, bem patente na forma como conseguem conjugar diferentes estilos, ideias e sensações num só disco, e mesmo assim não sairem "ao lado". Têm imensas influências, mas conseguem ser absolutamente originais. É isto que nos faz admirar este quarteto!
Um álbum absolutamente viciante e intimista! Dos melhores do ano, sem a mais pequena dúvida! Perfeito!

10/10

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