09 setembro 2010

Entre pequenos tempos livres

Não tenho tempo para nada...
Isso é bom? Não. É óptimo!

04 setembro 2010

This Is England

Atenção a este filme! Muita atenção a este filme!
"This is England" é um filme independente inglês (obviamente), que retrata o mundo skinhead, bastante proeminente naquele país, durante a década de 80. Basicamente, o filme gira à volta de um puto de 12 anos que perdeu o pai na guerra travada por aquele país com as ilhas Farkland. Como é óbvio, e estando num momento sensível da sua vida, acaba por ser influenciado por pessoas mais velhas e com visões um pouco radicais do mundo e da vida em sociedade em geral.
O filme é cru. Não é perfeito na edição, no argumento, nas falas. Mas chega onde tem que chegar, da forma que quer chegar. Nenhum extremismo é bom, e é isso que deve ser transmitido. Em alguns momentos, é possível associá-lo ao "América Proíbida", essencialmente pela temática e pela influência exercida sobre menores, numa idade em que são facilmente manipulados.
Como já disse, é um filme que merece ser visto, mas de preferência com legendas, porque o sotaque dos intervenientes é cerradíssimo e não facilita minimamente!

8/10

03 setembro 2010

Six Feet Under

"Six Feet Under" é um série criada em 2001 por Alan Ball (por exemplo, o argumentista de "American Beauty") acerca de uma família detentora de uma agência funerária e que retrata o dia-a-dia de uma mãe e três filhos depois da morte do pai - o cangalheiro inicial. À partida, esta série tinha tudo para ser banal. Porém, desenganem-se.
"Six Feet Under" é muito mais que isso. É uma série com um argumento fenomenal, interpretações soberbas e que aborda todas as temáticas da actualidade, desde a forma de lidar com a morte (ou não fosse a série centrada numa casa que realiza velórios e funerais), passando pelo mundo das drogas, da homo/bissexualidade, da adopção, do aborto, dos maus tratos... A regar tudo isto, temos um sentido de humor fantástico, a roçar o negro. 
São tudo elementos que fazem de "Six Feet Under" uma das melhores séries que já vi (sinceramente, não consigo definir a nº1), ainda para mais depois do melhor último episódio de sempre, na minha humilde opinião - não não coloco aqui a parte final, porque estragaria a série a muito boa gente.
Resumindo, não perder nunca esta série de vista. 
É genial!

31 agosto 2010

Isto é genial

Aqui está o vídeo de uma notícia banal:

E o herói da notícia tem direito a remix e tudo.
Lindo!

27 julho 2010

BROKEN SOCIAL SCENE - "Forgiveness Rock Record"

Diz-se que os Broken Social Scene foram uma das primeiras bandas a lançar o fenómeno indie fora dos States - mais propriamente no Canadá -, quando surgiram em 1999, sendo ainda compatriotas de Arcade Fire ou Wolf Parade, duas das mais prezadas bandas da cena actual. Passada já uma década, revelam-se como uma das mais consistentes, depois de três trabalhos bem acima da média.
O grande destaque da banda assenta em termos latos na composição da mesma, uma vez que menos de 10 membros associados à banda será coisa rara por aqueles lados, o que faz com que cada um dos intervenientes traga a sua individualidade para juntar ao conjunto. Isto transforma as músicas dos Broken Social Scene em composições melódicas complexas, orquestrações frequentes e indubitável qualidade.
Depois de um álbum homónimo excelente e de um "You Forgot It In People" ainda melhor, a fasquia estava muito elevada para o actual "Forgiveness Rock Record", que se apresenta com um maior trabalho de produção e, consequentemente, com uma menor crueza no seu som. A explosividade também não atinge os níveis de antigamente, mas a excelência não arredou pé, e para isso estão lá músicas como "Chase Scene" ou "Forced to Love", que não andam distantes da fenomenal "7/4 Shoreline" do álbum de 2005, por exemplo. "All to All" dá oportunidade a Feist de demonstrar os seus fantásticos dotes, numa onda mais mexida e dançável. "Ungreateful Little Father" é mais uma das excelentes músicas que compõem este álbum, seguida de uma hiper-instrumental "Meet in the Basement", a relembrar as rockalhadas mais valentes que os Broken Social Scene conseguem fazer. "Sweetest Kill" chega pouco depois em poses mais calmas para arrebatar a presença no top 3 das mais belas do álbum.
No entanto, lá pelo meio e apesar da consistência encontrada, é possível identificar músicas que acabam por não dizer tanto quando ouvidas. O facto de não encontrar músicas estupidamente perfeitas como "Lover's Spit", "Fire Eye'd Boy ou "Anthems For a Seventeen-Year-Old Girl" (só para citar algumas...) fazem com que considere o quarto álbum de originais desta banda canadiana um pouco abaixo daquilo que já produziram.
Mas ao vivo deve ser uma espectáculo e pêras!

8/10

26 julho 2010

Inception

O Verão de 2010 era muito ansiado, muito à custa do novo filme de Christopher Nolan, realizador habituado a surpreender os espectadores com as suas histórias e que tinha como último filme o grande sucesso "The Dark Knight". A juntar a isso, a inclusão de Leonardo DiCaprio - o actor que nunca tem um desempenho abaixo de "muito bom" - num elenco bastante interessante garantia, à partida sucesso. E aqui residia uma das dúvidas do filme. Seria "Inception" um blockbuster cujo único objectivo é conseguir a maior receita de bilheteira possível, sem ter em conta o conteúdo? Ter o nome de Chris Nolan grandemente associado ao projecto (é produtor, argumentista e realizador) fazia antever que não, e no final do filme a impressão ficou confirmada.
"Inception" é deste modo um filme quase perfeito, que conjuga o poder da história, da argumentação, da interpretação e dos efeitos visuais de forma a surpreender toda a gente que o vê com a sua densidade e os seus twists. É um filme que requer um estado mental na sua melhor forma, tendo em conta a complexidade do tema, mas que acaba por nos recompensar sobejamente.
"Inception" retrata basicamente a manipulação de sonhos, actuando no subconsciente das pessoas de forma a condicionar/modificar as opções da sua vida, nem que para isso se tenha que entrar em estádios de sonho demasiado profundos e até perigosos. "Inception" fala-nos do medo da perda, da vontade de regresso às origens, da necessidade de culpa, da negação e da confusão que o "mergulho" no mundo dos sonhos pode provocar.
É um filme denso, complicado e que aproveita talvez a primeira hora de filme para nos demonstrar aquilo de que trata e como trata. É a partir daí que o espectador tem que começar a jogar com toda a informação para conseguir ir compreendendo o desenrolar da história. O resto é para apreciar e jogar com os elementos que vão sendo dados. Pelo meio, há interpretações seguríssimas do já habitual DiCaprio, do surpreendente Joseph Gordon-Levitt - mais associado a filmes/séries de comédia -, ou da jovem revelação Ellen Paige, isto a juntar a alguns nomes consagrados como Michael Caine - um habitué dos filmes de Nolan - ou Ken Watanabe.
Uma nota ainda para o trabalho fantástico de Hanz Zimmer, que transforma o filme com a sua música intensa e cheia de alma.
Christopher Nolan conseguiu construir uma história original, não caindo em grandes clichés ou cópias. Conseguiu seduzir as grandes empresas cinematográficas a fazer um filme quase de autor, um filme à sua medida, bastando para tal juntar estrelas de Hollywood, efeitos especiais e alguns momentos de explosões (seriam dispensáveis? Talvez, mas não vale a pena ir por aí...), e deve receber os créditos por isso.
"Inception" é um filme para ser falado e discutido entre amigos durante horas e horas, porque momentos propícios não lhe faltam. O final então é capaz de deixar toda a gente a (des)esperar por mais, deixando assim no ar toda uma sensação de rever com maior pormenor a película!
 
É no fundo um filme à medida de uns realizadores mais jovens e mais respeitados de Hollywood, que se pode vir a transformar num verdadeiro fenómeno. Até agora, não há razões de queixa dos seus filmes.
A não perder! Definitivamente.

9/10

23 julho 2010

Mentes brilhantes são sempre bem-vindas

"O novo estatuto prevê que os alunos tenham de pagar o material que estragam. Isto é pedagógico? Não é. Se um aluno partir um vidro e for obrigado a pagá-lo, no dia seguinte parte outro e dois dias depois outro ainda. Porque a obrigação da escola não é castigá-lo, mas explicar-lhe por que é que não deve andar a partir vidros", diz um presidente de uma associação de estudantes de uma qualquer escola. A imagem dita a minha opinião:

22 julho 2010

PANTHA DU PRINCE - "Black Noise"

Pantha du Prince é o alter-ego de um produtor e DJ alemão, mais um da excelente escola germânica no que à música electrónica em geral diz respeito, e lançou no corrente ano de 2010 “Black Noise”, o seu terceiro álbum de originais – isto apesar de este ser o meu primeiro contacto com o trabalho do alemão. 
“Black Noise” é acima de tudo um disco que pretende pôr-nos a mexer com a sua electrónica e alguns resquícios de techno, dubstep ou house, em doses relativamente suaves. É desta forma que se apresentam as onze longas faixas que compõem o álbum, acompanhadas quase sempre por um baixo soturno e ambientalista a impor o ritmo e a ditar as regras. A sonoridade orgânica é presença contínua, e aqui podem encontrar-se semelhanças com Dan Deacon, essencialmente na utilização de instrumentos ou caixas de ritmos mais peculiares – e não na intensidade imprimida pelo americano –, que recheiam o álbum com algo diferente que acaba por não permitir a instalação da monotonia.
A consistência acaba por ser o ponto forte deste álbum (as duas últimas músicas, apesar de interessantes, talvez estejam um pouco desenquadradas devido à toada mais dark ambience), mas há algumas músicas incontornáveis, ou pelo menos que devem ser escutadas como forma de caracterização do álbum: “Lay in a Shimmer”, “Stick to my Side” , “A Nomads Retreat” ou “Behind Stars” são músicas muito boas, às quais se deve dar uma oportunidade (só peço uma). 
Com tudo isto, Pantha du Prince não vem revolucionar as pistas de dança do mundo, mas vem dar-lhes ritmo e bom gosto.

7/10

16 julho 2010

"O Retrato de Dorian Gray", de Oscar Wilde

E ao único romance do autor irlandês, sai uma verdadeira masterpiece e um clássico da literatura contemporânea mundial.
"O Retrato de Dorian Gray" não é mais do que uma história sobre as "magias" que um pintor de alto gabarito consegue incorporar no retrato da pessoa mais bela que alguma vez viu, um jovem de nome Dorian Gray. Não se desvendam mais pormenores, porque penso que o ideal será descobrir por nós próprios aquilo de que trata o livro. Mas este fala-nos da Alta Sociedade londrina do Século XIX, das festas, do requinte, da filosofia... Isto em termos latos.
De forma mais aprofundada, e centrando-se na personagem principal, "O Retrato de Dorian Gray" é uma reflexão profunda sobre as prioridade do homem, o amor, a morte, a inocência, a crueldade, o crime ou o sofrimento.
Com uma narrativa bem ritmada, Oscar Wilde consegue motivar e entusiasmar todos os seus leitores, deixando de lado descrições maçudas e optando por diálogos entre diferentes personagens que nos permitem conhecer o modo de pensar da nobreza inglesa da época, conhecer o seu estilo de vida.
É um interessante exercício intelectual que confronta o bem e o mal, a beleza interior e exterior, o amor sincero e interesseiro e toda a oposição de sentimentos que se possam imaginar.
Um livro que deve ser lido, porque está aqui uma grande obra!

9/10

"O Arquipélago da Insónia", de António Lobo Antunes


Acho que estou a começar a desenvolver com António Lobo Antunes uma relação de amor-ódio. Se por um lado, todos os livros dele me fazem andar um (bom) bocado à nora, é um facto que não consigo descolar das histórias, do modo de escrita, da utilização linguística.
É sem dúvida o autor que mais trabalho me dá ler. Deixar um capítulo a meio é impensável, pois todo o raciocínio - se é que ele existe! - vai por água abaixo. A forma de expor a história é sem dúvida original, uma vez que tudo acaba por ser contado tendo por base as ideias e o cérebro de cada uma das personagens (umas mais do que outras), e este livro não é excepção.
"O Arquipélago da Insónia" relata-nos a história de uma família ribatejana, espalhada por três gerações, passando por avós, pais e filhos, mas a história centra-se num dos netos, com particularidades psicológicas muito especiais que vão sendo descobertas ao longo do livro. A história é banal e recorre-se daquilo que as suas personagens se lembram e recordam aleatoriamente, sendo para tal necessária uma grande ginástica mental por parte do leitor. Mas sem dúvida que se torna empolgante ir descobrindo as personagens aos poucos, através da escrita metafórica, enigmática e em forma de puzzle que Lobo Antunes nos oferece, apesar de requerer grandes níveis de atenção que, nos primeiros capítulos, nos poderão levar à dispersão e à perda de interesse.
Este não é o melhor livro que já li dele, foi complicado de o ler, mas deixou-me, de uma forma quase que masoquista, com vontade de descobrir mais da obra de António Lobo Antunes.
 
6/10

Free Hit Counter