27 julho 2010

BROKEN SOCIAL SCENE - "Forgiveness Rock Record"

Diz-se que os Broken Social Scene foram uma das primeiras bandas a lançar o fenómeno indie fora dos States - mais propriamente no Canadá -, quando surgiram em 1999, sendo ainda compatriotas de Arcade Fire ou Wolf Parade, duas das mais prezadas bandas da cena actual. Passada já uma década, revelam-se como uma das mais consistentes, depois de três trabalhos bem acima da média.
O grande destaque da banda assenta em termos latos na composição da mesma, uma vez que menos de 10 membros associados à banda será coisa rara por aqueles lados, o que faz com que cada um dos intervenientes traga a sua individualidade para juntar ao conjunto. Isto transforma as músicas dos Broken Social Scene em composições melódicas complexas, orquestrações frequentes e indubitável qualidade.
Depois de um álbum homónimo excelente e de um "You Forgot It In People" ainda melhor, a fasquia estava muito elevada para o actual "Forgiveness Rock Record", que se apresenta com um maior trabalho de produção e, consequentemente, com uma menor crueza no seu som. A explosividade também não atinge os níveis de antigamente, mas a excelência não arredou pé, e para isso estão lá músicas como "Chase Scene" ou "Forced to Love", que não andam distantes da fenomenal "7/4 Shoreline" do álbum de 2005, por exemplo. "All to All" dá oportunidade a Feist de demonstrar os seus fantásticos dotes, numa onda mais mexida e dançável. "Ungreateful Little Father" é mais uma das excelentes músicas que compõem este álbum, seguida de uma hiper-instrumental "Meet in the Basement", a relembrar as rockalhadas mais valentes que os Broken Social Scene conseguem fazer. "Sweetest Kill" chega pouco depois em poses mais calmas para arrebatar a presença no top 3 das mais belas do álbum.
No entanto, lá pelo meio e apesar da consistência encontrada, é possível identificar músicas que acabam por não dizer tanto quando ouvidas. O facto de não encontrar músicas estupidamente perfeitas como "Lover's Spit", "Fire Eye'd Boy ou "Anthems For a Seventeen-Year-Old Girl" (só para citar algumas...) fazem com que considere o quarto álbum de originais desta banda canadiana um pouco abaixo daquilo que já produziram.
Mas ao vivo deve ser uma espectáculo e pêras!

8/10

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