30 abril 2010

Margem Sul State of Mind

Numa sátira à musica de Jay-Z e Alicia Keys, Rui Unas saca disto:

29 abril 2010

Mourinho Show

É um orgulho ter um português como melhor treinador do mundo a derrotar a melhor equipa do mundo.
Esta celebração faz lembrar a de há 6 anos, em Old Trafford, no Manchester United - FC Porto, e a conclusão que se pode tirar é:
Ninguém pára o Mourinho nos 100 metros em relva!

28 abril 2010

Star Wars Saga

Durante anos, vivi com a ideia de que não gostava de "Star Wars". A temática não me puxava, o fenómeno de massas e de fãs afastava-me ainda mais dos filmes. Nunca fui muito de seguir correntes, e como sou um gajo do contra, gostava de dizer mal mesmo sem nunca ter visto um minuto sequer de qualquer um dos filmes - coisa que não é fácil, já que volta e meia invadem as televisões de domingo à tarde.
Pois bem, tudo se confirmou - para quebrar desde logo o possível suspense.
"Star Wars" não me seduziu, não me conquistou, não me empolgou, não me emocionou, não nada.
Como todos sabem, esta saga foi dividida em duas trilogias. A primeira - exibida entre finais da década de 70 e início dos 80's - retratava os epiódios IV, V e VI, ficando a parte inicial da história reservada para o século XXI, mais de 25 anos após a primeira sequência de filmes. Sinceramente, não percebo muito bem o porquê desta situação... Mas tudo isto só para dizer que decidi seguir a ordem cronológica da história, e não a ordem cronológica de exibição dos filmes, pelo que comecei a saga pelo Episódio I, de 1999.
O básico da história acho que todos conhecem. Os filmes não são mais do que batalhas entre o bem e o mal, num futuro em que se viaja no universo (ou numa galáxia, mais propriamente) como se fôssemos de Gaia para o Porto e tivéssemos simplesmente que atravessar a Ponte da Arrábida (sem o trânsito de hora de ponta), regados com imensos efeitos especiais.

Confesso que tentei abstrair-me ao máximo das ideias pre-concebidas, das personagens que conhecia, de tudo aquilo que ouvia falar. Muitas coisas conhecia, muitas outras fiquei a conhecer - isto tem uma vantagem enorme, porque há dezenas de filmes, séries, sites ou livros repletas de referências a "Star Wars", e assim já não fico completamente alheado delas.
A primeira impressão que temos quando começamos a ver "Star Wars" é que aquilo está ali para encher chouriços, enquanto se tem uma história central bem desenvolvida mas bem curta. Há triângulos amorosos, há irmãos, há o bem e o mal, há tudo o que George Lucas queria que existisse. Mas, à parte da pequeníssima história central, tudo o resto é demasiado acessório, sem conteúdo... Longas cenas de acção (sem uma única fala), momentos repetitivos, diálogos ocos, e desenvolvimento da história, quase zero, tirando a parte final. Isto é comum a todos os filmes da saga e é um dos grandes motivos para eu achar a maior parte dos episódios uma tremenda seca. Então os dois primeiros episódios da saga são qualquer coisa de constrangedor...
Aliás, a ideia com que eu fico ao ver os seis episódios é que aquilo ficava bem só com 3 filmes, mas o sucesso fê-los inventar mais 3 episódios, para vermos o crescimento de Darth Vader e a formação do Império já perfeitamente estabelecido nos primeiros minutos do primeiro episódio (o IV). Claro que tal pode não corresponder à realidade - sinceramente não li sobre o assunto... -, mas que fico com essa ideia, lá isso fico.

Com isto, devo dizer que achei a primeira trilogia (IV, V e VI) em tudo superior à segunda (I, II e III). Acredito que em termos de ficção científica e efeitos especiais, o surgimento de "Star Wars" em 1977 tenha sido uma valente pedrada no charco (apesar de várias falhas perfeitamente identificáveis ao longo dos filmes, às quais não dou grande importância devido à época em que se realizaram as películas), mas basta uma comparação com "Blade Runner", feito poucos anos depois, e ficamos logo menos impressionados. Assim, os filmes da década de 70/80 são mais interessantes por toda a vertente da novidade, pela introdução dos diversos planetas, dos diferentes sistemas solares da galáxia "far, far awat", dos divertidos e estranhos seres inteligentes imaginados por Lucas, pela inovação tecnológica colocada ao serviço dos efeitos especiais.
Os filmes deste século são insossos e destacam-se apenas pelo aprimoramento das personagens (utilizando computadores e personagens virtuais) e pela melhor qualidade dos efeitos especiais e das batalhas - particularmente das coreografias nos combates entre Jedi's e Sith's, com os famosos sabres de luz (uma das grandes falhas dos capítulos IV-VI). A história, como já relatei, é praticamente inexistente, os diálogos são sofríveis e as longas cenas de batalhas ou corridas são desnecessárias e cansativas...

Uma crítica à saga em geral. Falta emoção. As batalhas acontecem sem que nada o anuncie, praticamente. Não há a criação de suspense, de empolgamento, as cenas são coladas à pressa... Isso retira também um pouco da piada ao filme. Também tenho que destacar algumas falhas na história... Uma das que me recordo melhor é os robots não se lembrarem, no início do episódio IV, das personagens que transitaram desde os episódios I-III, com os quais conviveram durante largo período.
Agora, as partes que mais me agradaram.
Todas as personagens desenvolvidas. Primam pelas semelhanças com seres conhecidos na Terra (falos dos diferentes seres inteligentes e dos animais selvagens ou domésticos), mas incluem elementos vanguardistas. Destaque para para a dupla robótica (C3PO e R2D2), sem dúvida o casal mais cómico da saga, e para o Yoda da versão antiga, que mais parece uma personagem saída da Rua Sésamo - com tudo de bom que isso acarreta. A desilusão acaba por ser o Darth Vader dos 80's, que tem um ar pouco assustador e sinistro, pelo menos não tem a carga simbólica do mal demasiado carregada e bem explorada. No último episódio dos filmes mais recentes, esse aspecto transmitiu uma muito superior carga de intensidade, que acabou por não ter correspondência. De resto, e tendo em conta as personagens principais, não há grandes destaques de interpretação, mas esse também não era o objectivo dos filmes.
Há ainda a destacar as indumentárias e instrumentos utilizados, que numa visão 30 anos à frente nos fazem esboçar um sorriso com as ideias que os autores da época tinham sobre o futuro. Penso que as coisas evoluiram rápido demais (noutros - por exemplos, os carros voadores -, não evoluiram) para os pensamentos que os autores de filmes de ficção científica tinham sobre o futuro. São visões interessante e comuns a todos os filmes do género. No entanto, é sempre difícil prever aquilo que se vai passar no futuro, e acaba por se rum exercício interessante e engraçado.

Para finalizar, e numa altura em que o texto já vai longo, devo dizer que considero a saga "Star Wars" um marco no cinema de massas, por toda a evolução tecnológica que despoletou e por todo o fenómeno que provocou devido às extravagantes e marcantes personagens que existem no enredo. Mas "Star Wars" no seu todo acaba por ser vazio de conteúdo, principalmente nos episódios mais recentes, que - repito - me parecem um tremendo "encher chouriços".
Não vou voltar a ver os filmes porque não me deixam saudades, mas fica o conhecimento geral e a possibilidade de integrar conversas que muitas vezes rodam à volta do Universo Lucas.

5/10

24 abril 2010

SHEARWATER - "The Golden Archipelago"

Conheci os Shearwater em 2008, aquando do lançamento do álbum "Rook", uma bela surpresa para mim no panorama musical de então. Faixas como "Rooks" ou "Levianthan, Bound" são incontornavelmente belas e marcantes.
Voz inconfundível e peculiar de Jonathan Meiburg - ex-membro dos Okkervil River que ajudou a fundar esta banda mais "calma" - e instrumentação folk com bastantes nuances e variantes fazem deste projecto algo facilmente reconhecível aos primeiros sons e acordes.
"The Golden Archipelago" é a aposta na continuidade do (bom) trabalho já realizado. Um álbum que aposta na regularidade, que faz do disco algo congruente, consistente e com um seguimento lógico e facilmente identificável. A toada do álbum é maioritariamente calma, à qual se juntam uma ou duas músicas mais atrevidas, sendo exemplo máximo a intensa "Black Eyes", marcada por uma base de percussão bastante forte e uma guitarra bem mais ritmada e activa. Na toada mais comum associada ao estilo musical desta banda do Texas, registam-se o belíssimo single "Black Eyes", "Runners of the Sun" (que não encaixaria mal de todo no trabalho desenvolvido pelos Elbow) ou ainda "Castaways", sem menosprezar a música introdutória com noções ligadas à natureza "Meridian" ou "Hidden Lakes", balada assente em princípios do piano. Apenas as duas últimas canções do álbum tiram alguma da coerência já referida atrás, pois não se sabe muito bem aquilo que por lá estão a fazer. Parecem desenquadradas, perdidas. E nós não perderíamos muito se as mesmas estivessem ausentes e os Shearwater apenas se tivessem apresentado com as nove músicas iniciais.
No entanto, está aqui um trabalho bem interessante, ao nível do já desenvolvido em 2008, e que merece um par de audições para demonstração do valor implícito.

7/10

22 abril 2010

Super-Poderes

21 abril 2010

Os terramotos e as mulheres sem Burka

"Muitas mulheres que não se vestem de forma modesta, desviam os jovens do caminho justo e espalham o adultério na sociedade, o que faz aumentar os terramotos."
Este líder religioso islâmico é um génio. Uma estátua para o senhor, já!

18 abril 2010

SURFER BLOOD – “Astro Coast”

“Astro Coast” representa o primeiro trabalho dos Surfer Blood, banda norte-americana, mais propriamente da Florida, que fazem a chamada música indie. Há diversas influências na sua música, mas quase nunca conseguem atingir um nível que me leve a ficar agradado com aquilo que ouço.
Diria que “Astro Coast” é um álbum que foi feito para não ser levado muito a sério, feito por uma banda que nos faz lembrar muita coisa, e que por isso mesmo se apresenta sem grande personalidade.
O single “Swim” fez sucesso ainda em 2009, é uma música agradável e “catchy”, com bastantes pontos de contacto com Stephen Malkmus dos Pavement, assim como as “Fast/Slow Jabroni” (duas músicas em que apenas a velocidade se modifica). Aliás, esta vai sendo uma constante ao longo das 10 faixas que compõem o disco.
“Take It Easy” respira Vampire Weekend por todos os poros, o que comprova e reforça a ideia de que a banda nova-iorquina já começa a ser uma (boa) referência do universo indie. “Hamornix” faz lembrar Santogold (ou Santigold, actualmente) e acho que assentava muito bem na voz da produtora e cantora americana que apresentou um dos bons trabalhos de 2008. “Twin Peaks” tem momentos que caem bem e outros que nem por isso: cheira a The Shins e James Mercer e The Shins em momentos iniciais, mas depois transforma-se nuns The Killers de mau gosto. Há ainda tempo para recordar Dinosaur Jr. em “Anchorage”, quase a terminar o disco.
O álbum acaba por se passar bem, mas não é marcante, não é entusiasmante e não ficará certamente na história deste ano 2010. Não me deixa saudades.


5/10

17 abril 2010

Futebol é isto!

16 abril 2010

Pedofilia aos olhos de todos

Acabei de ver este vídeo e confesso que me sinto chocado.
Isto passa-se num programa de TV canadiano dos anos 80 e aquilo que vi é demasiado mau para ser verdade.
Como permitem que este animal continue repetidamente com as mesmas atitudes pedófilas (ou no mínimo muito pouco éticas) num programa de TV? Ninguém o chamou à atenção?
Ou será que somos nós que estamos demasiado preocupados e aquilo não é nada de mais? A atitude de uma das meninas - cheia de personalidade, diga-se! - faz-me pensar o contrário.
Confesso que fiquei sem palavras ao ver tal atrocidade...

A Maria Joana

- "Já agora, também fumavas?"
- "Não, não fumava. Não sei travar!..."

12 abril 2010

Até onde vai a mente humana?

Isto é mais um desabafo do que qualquer outra coisa.
Venho aqui falar de uma história que me deixou absolutamente perplexo e horrorizado.
Tudo se passou há cerca de 3 anos, na Ucrânia, quando começou a haver uma série de homicídios sem grande explicação, mas de uma enorme violência e atrocidade, numa pacata cidade. Passados alguns dias, identificaram-se os assassinos, que não passavam de jovens menores.
A história ficou conhecida mundialmente, já que dois deles mataram 21 pessoas num espaço de algumas semanas. As vítimas foram desde toxicodependentes, a grávidas, passando por crianças, deficientes e sem-abrigos, indo inclusive aos seus funerais tirar fotos do exercício fúnebre... A história completa (que eu aconselho a ler) está aqui.
Os relatos são impressionantes e a forma como decorreu o julgamento exemplar. 
Lá fiquei a remoer no caso durante um tempo, mas depois passou-me.

O pior foi mesmo quando "descobri" que havia um vídeo da morte de uma das vítimas, no caso um homem que recuperava de um cancro na garganta e que estava impossibilitado de andar.
Decidi ver o vídeo, e arrependi-me praticamente no segundo a seguir. As cenas a que se assistem nos minutos seguintes são inenarráveis, de uma violência gratuita atroz, de um sangue frio que não pensei poder existir. A forma como aqueles dois seres actuam é deplorável, revoltante. O sofrimento da vítima é angustiante, a impotência atinge-nos brutalmente. E pior do que tudo isso, é ver a calma com que os dois animais assassinos menores de idade levam o seu projecto avante.
O vídeo tem 7 minutos, mas eu "apenas" consegui ver (mais ouvir, porque decidi em vários momentos tirar a página, limitando-me a ouvir) 3... Não aconselho (MESMO!) ninguém a vê-lo.

E tudo isto me leva à questão principal do meu post.
Até onde vai a mente humana? Até onde consegue um ser racional ir para seu deleite? Serão aquelas duas bestas doentes mentais? 
A história é demasiado macabra para eu acreditar que haja gente assim. Mas depois ouvimos as notícias e o que temos? Casos não muito diferentes...
O que me fez despertar para esta realidade foi sem dúvida nenhuma o vídeo. Porque a história, apesar de ser dura, violenta e horrífica, não passaria de uma história quase banal e comum neste mundo cruel. E eu contra mim falo. Fiquei sentido com a descrição dos crimes praticados, mas o choque brutal só chegou com o vídeo.
A verdade é que o constante bombardeamento com notícias do género e a internet nos fazem ficar mais insensíveis a todos os casos de crueldade que existem - e continuarão a existir - todos os dias. Será para nos protegermos? Acredito que sim, porque a vida deve ser vivida com o máximo de prazer possível. Mas ao mesmo tempo todas estas situações me fazem pensar que nós somos a destruição de nós próprios.
Quantos não serão os homicídios em circunstâncias semelhantes por esse mundo fora? A única diferença? Ninguém os filma (isto apesar de haver uma enorme comunidade mórbida por essa net fora, que ganham a vida com snuff videos - vídeos de mortes de pessoas, desmembramentos e coisas do género).
Isto tudo faz-me pensar... 
Como é possível o ser humano ser assim? 
Como é possível haver milhões de pessoas que actuam da mesma forma que estes animaizinhos ucranianos? E tudo porque se querem divertir, fugir à monotonia?

É triste ver a verdadeira faceta do ser humano...

11 abril 2010

Blade Runner

Na minha senda por filmes mais antigos que gostaria de ver mas que nunca tive a oportunidade de o fazer até este momento, um dos visados foi "Blade Runner", um filme de ficção científica, de 1982, quando a loucura à volta de "Star Wars" atingia os píncaros.
Na história, a Terra está praticamente sem habitantes, que foram transferidos para melhores planetas. Na história, existem "robots" praticamente humanos, criados pelo Homem para serem seus escravos. Mas como a evolução tecnológica envolvida no seu desenvolvimento é tão grande, os "robots" acabam por pensar como humanos, e o que mais querem fazer é vingar-se dos humanos por todo o mal que estes lhes fazem. Para tratar desses seres insubordinados, existem os Blade Runners, uma espécie de caça-fantasmas, entre os quais se destaca Harrison Ford.
Esta é a trama geral de "Blade Runner", que não é um filme de ficção científica igual a "Star Wars". Não há acção desenfreada, as cenas são calmas, adquiridas com grande paciência e detalhe. Além disso, o filme tem por base acontecimentos futuristas, mas tenta ser muito mais do que isso. Tenta e consegue!
"Blade Runner" é um tratado filosófico sobre a solidão, a mente humana, as relações e os prós e contras da evolução tecnológica. Recorrendo a eventos considerados hoje muito perto do impossível, Ridley Scott esforça-se por criar metáforas de tudo o que acontece no nosso planeta e apenas com humanos.
Falando nos efeitos especiais, e tendo em conta a época em que o filme foi feito (quase há 30 anos!), estão perfeitos! É engraçado verificar ainda a forma como adivinham os carros no futuro, as casas, etc... Mas, no que toca a tecnologia, há a tentativa de expor ao máximo possíveis falhas. E esse foi um trabalho realizado com mestria pelo realizador e pela sua equipa.
Com um filme de ficção científica, Ridley Scott conseguiu criar um marco no cinema, que acabou por ser um pouco desprezado devido ao show-off e euforia provocados pelos filmes da saga de George Lucas.
"Blade Runner" é poesia.

9/10

08 abril 2010

Nunca mais?!?!

Tokio Hotel em Portugal.
A histeria das pitas do costume, Pavilhão Atlântico às moscas e sessão de autógrafos marcante.

Ainda há esperança e bom senso!

07 abril 2010

Show Messi

Últimos 10 jogos, 16 golos.
Um "poker".
Dois "hattricks".

Vamos entregar o prémio de melhor jogador do mundo ao Cristiano Ronaldo, porque Lionel Messi é de outra galáxia, é extraterrestre e não merece ser comparado a mais ninguém.
Leo Messi pega na bola e as defesas tremem de medo.
Leo Messi toca na bola e esta bate palmas de felicidade.
Aos 22 anos, arrisca-se a breve trecho a ser considerado o melhor jogador de todos os tempos.
Tem o meu voto.

Eyes Wide Shut

"Eyes Wide Shut" foi o último filme de Stanley Kubrick, que morreu pouco tempo depois de o concluir, e que conta com a participação do casal do momento da altura, Nicole Kidman e Tom Cruise. Depois de vários anos a dizer que tinha que ver o filme, finalmente decidi-me.
Tudo se passa na Alta Sociedade de Nova Iorque, em que a mulher de um conceituado médico confessa ao marido ter sido infiel no passado, levando a que o marido sinta um turbilhão de emoções - que levam a um desencadear de acontecimentos -, que o vão conduzindo para diferentes cenários ao longo das duas horas e trinta minutos de filme.
O filme não é imediato (como tudo o que vem do mestre Kubrick) nem é para ser visto de qualquer forma. Não nos dá as respostas todas que queremos, tem diálogos longos que explicam a maior parte do filme e tem longos momentos de "passagem" de imagens também, sem qualquer fala.
"Eyes Wide Shut" expõe quase na perfeição as emoções desencadeadas por uma traição, sejam elas sede de vingança, insegurança, ciúme, desejo de novas aventuras... Ao mesmo tempo, consegue introduzir algumas temáticas bastantes curiosas, como as sociedades secretas, o mundo da prostituição e da "fachada social".
"Eyes Wide Shut" é um crítica mordaz à sociedade actual, mas não deixa de descrever muito bem aquilo por que muitas relações passam durante a sua vida.
É um filme que ostenta uma grande carga sexual/sensual, que no fundo caracteriza o lado mais animal e instintivo do ser humano. Pelo meio, ainda podemos encontrar algumas pontas de mistério na trama (muito bem auxiliadas pela banda sonora), o que nos faz olhar o filme de diferentes perspectivas.
Quanto à realização, é o já conhecido de Kubrick. Longos planos, que nos dão a possibilidade de captar diversos pormenores.
Não é o melhor filme do Kubrick que já vi, mas não deixa de ser muito bom! Pena não haver muitos visionários como ele.

8/10

06 abril 2010

“Lolita”, de Vladimir Nabokov

Dolores Haze – mais conhecida por Lolita – é uma jovem rapariga norte-americana de 12 anos, igual a todas as outras. Humbert é um homem russo de meia-idade com predilecção por “ninfitas” (nome que dá a raparigas que ele diz terem olhares e mentes absolutamente provocantes) e que viaja para os EUA depois de um desgosto amoroso na adolescência e de um casamento sem amor, frustrado e com traições em Paris.
Desde o início sabemos que a personagem principal está em vias de ser condenado em tribunal, sendo que este livro funciona basicamente como uma auto-psicanálise, narrado pelo personagem principal. Humbert é obcecado por jovens a entrar na puberdade, e faz de tudo para conseguir estabelecer uma relação (seja de que tipo for) com uma delas, Lolita. A partir daí, e mediante uma prosa escorreita, são-nos dados todos os detalhes e pormenores da vida da personagem principal, é-nos fornecida a sua visão de todos os acontecimentos desenvolvidos.
O livro não é mais do que todo o enquadramento da relação pedófila, criminosa, ciumenta e obsessiva entre ambos. “Lolita” não consegue passar indiferente a ninguém. A escrita é soberbamente bem conduzida e orientada.
É um livro pesado com uma história que choca sem nunca ser demasiado explícita ou gráfica, feito conseguido com grande mestria por parte do autor russo. Um livro a não perder.
Depois de ler o exemplar, fui investigar e “descobri” dois filmes, um dos quais do Mestre Kubrick. A investigar num futuro muito próximo.

9/10

THESE NEW PURITANS - "Hidden"

A história desta banda de Essex, Inglaterra, é algo recente. Surgiram de forma algo discreta em 2008 com “Beat Pyramid”, um disco que demonstrava uma grande irreverência em faixas como “Numerology (AKA Numbers)”, “Swords of Truth” ou “Elvis”, mas que também deixava expostas alguma irregularidade e inconstância. No entanto, não deixou de ser uma das boas revelações desse ano (estiveram no Casa da Música, juntamente com a grande revelação do ano - Vampire Weekend - ainda o ano estava a começar, concerto esse que tive imensa pena de falhar), e a sua onda post-punk acabou por fidelizar vários adeptos (uns mais revivalistas que outro), o que lhes permitiu partir para um segundo trabalho discográfico mais elaborado.
Dois mil e dez marca o regresso dos These New Puritans com “Hidden”, numa sonoridade (muito) mais madura e bem definida, e que se afasta um pouco da primeira aventura. Em “Beat Pyramid”, as músicas eram curtas e imediatas; em “Hidden”, a banda brinda-nos com (algumas) faixas mais longas, mais trabalhadas, mais sombrias, mais enigmáticas. Após algumas audições, consegue-se inclusive decifrar o por quê do nome do álbum. Há sem dúvida muita coisa escondida pronta a ser descoberta e que, à primeira vista e numa audição mais distraída, pode passar despercebida.
As letras não são nada do outro mundo, sendo dado o grande destaque às batidas sombrias mas bem ritmadas, conjugadas com algumas guitarradas bem valentes e uns refrões repetitivos ou uns versos mais “rappados” que caem muito bem. Tudo isto servido sem pressas, que é para não haver o risco de ficar alguma nota musical por saborear. Os exemplos máximos desta vertente mexida, que vive da percussão em grande dose, são “We Want War”, “Attack Music” e “Drum Courts – Where Corals Lie”, músicas belíssimas e altamente viciantes, muito bem contrabalançadas por faixas como “Three Thousand”, “Hologram” ou “Orion”, esta última com uma espécie de cânticos gregorianos lá pelo meio, que adensam o clima já bastante intenso do álbum. A sonoridade algo diferente do habitual é um elemento garantido em quase todas as faixas, e aqueles instrumentos de sopro (serão só trompas ou algo mais?) transformam “Hidden” num belo ambiente soturno que não deve deixar de ser apreciado.
Sem dúvida, os These New Puritans souberam pegar naquilo de bom que fizeram em “Beat Pyramid” e transformá-lo em algo muito próprio e mais consistente, fazendo deste projecto um dos mais interessantes do ano.
Uma evolução, portanto.


8/10

01 abril 2010

Jovem português morre em Lloret III

Ao mesmo tempo que se descobria um novo Oceano.

Jovem português morre em Lloret II

Fontes próximas garantem que a varanda do 4º andar encontrava-se alcoolizada e desequilibrou-se com a chegada de um "corpo estranho".

Jovem português morre em Lloret I

Começo a achar que idas a Lloret nas viagens de finalistas não são idas a Lloret se não houver abertura de Telejornal.

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