22 outubro 2009

Rita Rato. Sinais da obtusidade política

Rita Rato é uma das novas deputadas do parlamento português.
Rita Rato é do PCP.
Rita Rato deu recentemente uma entrevista ao CM, em que se abordaram diferentes assuntos da sua vida, entre os quais o seu processo de entrada no Partido, a sua vida académica (é Licenciada em Ciências Políticas e Relações Internacionais) e as ideologias do seu Partido.
A páginas tantas, faz umas perguntas a modos que mais complexas. E Rita Rato responde! Apesar de o fazer com algumas limitações, lapsos de memória, ou simplesmente por não poder dizer. Mas eu vou tentar ajudá-la em algumas questões - naquilo que souber, que também não é muito!

- Concorda com o modelo que está a ser seguido na China pelo PCC?
- Pessoalmente, não tenho que concordar nem discordar, não sou chinesa. Concordo com as linhas de desenvolvimento económico e social que o PCP traça para o nosso país. Nós não nos imiscuímos na vida interna dos outros partidos.

- Mas se falarmos de atropelos aos direitos humanos, e a China tem sido condenada, coloca-se essa não ingerência na vida dos outros partidos?
- Não sei que questão concreta dos direitos humanos...

- O facto de haver presos políticos.
- Não conheço essa realidade de uma forma que me permita afirmar alguma coisa.

- Mas isto é algo que costuma ser notícia nos jornais.
- De facto, não conheço a fundo essa situação de modo a dar uma opinião séria e fundamentada.
Ora bem...
Comunismo na China?
Nunca ouvi falar. Ou melhor, ouvi, mas foram uns zumbidos. Pensei que fossem moscas à minha volta.
Além disso, não conheço a situação de presos políticos, não conheço a situação das torturas, nem sequer sei falar chinês para poder perceber. Mas eu até queria!
E qualquer dia ainda hei-de ir ao Tibete!

- No curso de Ciência Política e Relações Internacionais, não discutiu estas questões?
- Não, não abordámos isto.
E o meu curso de Política foi parecido com o de culinária. Não falámos de sushi nem de peixe-balão, porque podíamos ter uma intoxicação alimentar.
Não falámos de Comunismo porque infelizmente estive na Festa do Avante nesses dias.

- Como olha para os erros do passado cometidos por alguns partidos comunistas do Leste europeu?
- O PCP, depois do fim da URSS, fez um congresso extraordinário para analisar essa questão. Apesar dos erros cometidos, não se pode abafar os avanços económicos, sociais, culturais, políticos, que existiram na URSS.

- Houve experiências traumáticas...
- A avaliação que fazemos é que os erros que foram cometidos não podem apagar a grandeza do que foi feito de bom.

- Como encara os campos de trabalhos forçados, denominados gulags, nos quais morreram milhares de pessoas?
- Não sou capaz de lhe responder porque, em concreto, nunca estudei nem li nada sobre isso.

- Mas foi bem documentado...
- Por isso mesmo, admito que possa ter acontecido essa experiência.

- Mas não sentiu curiosidade em descobrir mais?
- Sim, mas sinto necessidade de saber mais sobre tanta outra coisa...
O Estaline só queria o bem do seu império.
O Estaline só entrou numa guerra em que apenas poderia sair vencedor... Estava dos dois lados e tudo! Tão bonzinho que era.
O Estaline só matou milhões de russos nessa guerra. Aliás, aqueles que tentassem recuar as linhas, eram abatidos por...russos. Também eram tantos, e o pão escasseava durante os gelados meses de Inverno.
Os gulags eram campos de férias, e passaram a ter mais sub-unidades quando os soviéticos foram conquistando campos de concentração nazis - esses sim! Eram maus, e sangrentos e violentos.
Além disto, "nunca li nada nem estudei nada do assunto".

Mas será que alguém acredita neste espécime?
Tudo bem que o Comunismo não tem um passado de orgulho, mas penso que agora estará ligeiramente diferente do "antigamente".
Não teria sido mais fácil dizer que as ideologias de há 50 anos já estão ultrapassadas e foram readaptadas, menina Rato.
Além disso, deve ter andado a faltar às aulas, a malandra.
Se foi para ir à Festa do Avante, está desculpada!

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