25 outubro 2009

District 9

Ontem foi dia de ver District 9, um filme que levantou um grande hype à volta dele com um orçamento baixíssimo e com uma produção independente. Um filme que pretendia ser praticamente amador acaba em sucesso mundial, e eu não podia deixar de ver!
Em primeiro lugar, nunca gostei de filmes sobre aliens; acho até que nunca vi um desses filmes do início ao fim...
No entanto, com toda a crítica a elogiar o filme, a dizer que fugia bastante ao estereótipo habitual, é claro que tinha que ver para poder opinar. Apenas tinha receio que as minhas expectativas fossem demasiado elevadas e me levassem a não valorizar o filme devidamente.
"District 9" é muito mais do que um filme de aliens.
Explicando um pouco a história base, os aliens chegam à Terra enfraquecidos, frágeis, e com a sua nave avariada. E o bom ser humano arranja-lhes um sítio para poderem ficar. Um espécie de "Apartheid" dos tempos modernos, uma espécie de favela, com leis próprias (ou seja, sem lei), dos quais os aliens não podem sair. Como a população de Johanesburgo (onde a acção se desenrola) está descontente, decide-se por uma deslocação do D-9 para outro ponto mais distante da civilização.
E a partir desta alegoria (diria) forma-se toda a trama, sendo o filme apresentado em diversos estilos. Desde o documentário (para contar a história da personagem principal, Winkus, vista de fora), ao noticiário de TV (para termos o background da chegada dos aliens), passando pela câmara na 1ª pessoa (ao bom estuilo de Metal Gear Solid), câmaras de vigilância e a forma mais "normal" de rodar um filme.
Há de tudo, e logo toda esta dinâmica dá um "gosto" especial à película.
Depois, a história.
Este não é um filme de aliens maus e vingativos e humanos bons e defensores do seu planeta. Os aliens não pretendem invadir e dizimar todos os habitantes terrestres. Os aliens não são todos feios, porcos e maus. E o oposto não pode ser dito dos humanos.
Temos antes uma separação de dois mundos que tentam ao máximo não se misturar, não se compreender. Uns vivem sem lei, são excluídos da sociedade e sem governo. Os outros tentam ao máximo ignorar a sua presença, e quanto mais longe estiverem melhor. Penso que não será difícil estabelecer elos de ligação a realidades bem palpáveis na nossa civilização.
A juntar a toda esta "mensagem", temos acção e efeitos especiais q.b., por forma a contar a história de um humano (a personagem principal) que foi infectado por um líquido alienigena e que se está a tornar extraterrestre. Este facto torna-o o principal alvo de uma daquelas organizações que todos conhecemos, cheia de fachadas e com propósitos bem obscuros, tudo para conhecimento do funcionamento alien, para as razões de sempre... Assuntos bélicos.
As relações pessoais acabam também por ser bem exploradas, quer a relação humano-alien, humano-humano e alien-alien. Faz-nos pensar que não é necessário andarmos todos à batatada, e que uma existência em comum é bem possível e até desejável.
Assim, e concluindo, "District 9" apresenta-se como um filme que consegue chegar às massas, quase sem querer (diria), abordando assuntos muito "queridos" do grande público, como acção e efeitos, mas não sendo um filme sci-fi oco e sem conteúdo. Um binómio interessante e bem conseguido, que o torna num dos filmes mais aclamados do ano.

9/10

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