13 março 2010

VAMPIRE WEEKEND - "Contra"

Há dois anos, apareceram vindos de Nova Iorque uns rapazitos que surpreenderam o mundo da música com as suas batidas afro-caribenhas misturadas com muito ritmo e guitarradas a condizer. Foram considerados a revelação do ano e autores de um dos melhores álbuns de 2008 (inclusive por mim).
2010 marca o ano do regresso dos Vampire Weekend.
E é um regresso bem amadurecido.
"Contra" não deixa, em momento algum, de ser claramente Vampire Weekend, mas os pontos de ligação com o primeiro álbum também não são muitos. Ou seja, os americanos não se deixaram dormir à sombra da bananeira (palavra apropriada, tendo em conta os ritmos africanos?) e o resultado é muito positivo. Nota-se acima de tudo evolução.
"Horchata", a faixa de abertura do disco, é para ouvir debaixo de uma palmeira com um batido de coco. Seguem-se "White Sky" - onde se consegue fazer um refrão "catchy" apenas com uma sílaba (típico neles) -, "Holiday" - numa aproximação mais visível ao álbum homónimo (e isso é necessariamente bom!) - e "California English" - uma das músicas em que a letra e os trocadilhos se tornam mais visíveis e complicados, bem acompanhados pela percussão. "Taxi Cab" é certinha, e "Run" desata numa loucura electrónica bem agradável a partir da segunda metade da faixa.
Com "Cousins", o ska-punk mais viciante que já vivenciei, termina o pop dos 3 minutos, por assim dizer, e chegam-nos uns Vampire Weekend diferentes, uns Vampire Weekend  que se deixam envolver pelo ambiente dos sons criados e que o aproveitam. O resultado são duas das melhores músicas do álbum. "Giving Up The Gun" e "Diplomat's Son" seguem uma toada mais calma, mais controlada, mas com qualidade acima da média. 
"Contra" é um álbum cheio de (boas) influências, mas é também um álbum que começa a definir uma banda, banda essa que pode vir a influenciar muita da música que se pode vir a fazer nos anos vindouros. Os Vampire Weekend tinham todas as atenções e os críticos todos à perna caso fracassassem após o primeiro álbum. Mas pode dizer-se com grande grau de segurança, para azar de alguns e para sorte de muitos mais, que o desafio foi amplamente superado.
 
9/10

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