12 abril 2010

Até onde vai a mente humana?

Isto é mais um desabafo do que qualquer outra coisa.
Venho aqui falar de uma história que me deixou absolutamente perplexo e horrorizado.
Tudo se passou há cerca de 3 anos, na Ucrânia, quando começou a haver uma série de homicídios sem grande explicação, mas de uma enorme violência e atrocidade, numa pacata cidade. Passados alguns dias, identificaram-se os assassinos, que não passavam de jovens menores.
A história ficou conhecida mundialmente, já que dois deles mataram 21 pessoas num espaço de algumas semanas. As vítimas foram desde toxicodependentes, a grávidas, passando por crianças, deficientes e sem-abrigos, indo inclusive aos seus funerais tirar fotos do exercício fúnebre... A história completa (que eu aconselho a ler) está aqui.
Os relatos são impressionantes e a forma como decorreu o julgamento exemplar. 
Lá fiquei a remoer no caso durante um tempo, mas depois passou-me.

O pior foi mesmo quando "descobri" que havia um vídeo da morte de uma das vítimas, no caso um homem que recuperava de um cancro na garganta e que estava impossibilitado de andar.
Decidi ver o vídeo, e arrependi-me praticamente no segundo a seguir. As cenas a que se assistem nos minutos seguintes são inenarráveis, de uma violência gratuita atroz, de um sangue frio que não pensei poder existir. A forma como aqueles dois seres actuam é deplorável, revoltante. O sofrimento da vítima é angustiante, a impotência atinge-nos brutalmente. E pior do que tudo isso, é ver a calma com que os dois animais assassinos menores de idade levam o seu projecto avante.
O vídeo tem 7 minutos, mas eu "apenas" consegui ver (mais ouvir, porque decidi em vários momentos tirar a página, limitando-me a ouvir) 3... Não aconselho (MESMO!) ninguém a vê-lo.

E tudo isto me leva à questão principal do meu post.
Até onde vai a mente humana? Até onde consegue um ser racional ir para seu deleite? Serão aquelas duas bestas doentes mentais? 
A história é demasiado macabra para eu acreditar que haja gente assim. Mas depois ouvimos as notícias e o que temos? Casos não muito diferentes...
O que me fez despertar para esta realidade foi sem dúvida nenhuma o vídeo. Porque a história, apesar de ser dura, violenta e horrífica, não passaria de uma história quase banal e comum neste mundo cruel. E eu contra mim falo. Fiquei sentido com a descrição dos crimes praticados, mas o choque brutal só chegou com o vídeo.
A verdade é que o constante bombardeamento com notícias do género e a internet nos fazem ficar mais insensíveis a todos os casos de crueldade que existem - e continuarão a existir - todos os dias. Será para nos protegermos? Acredito que sim, porque a vida deve ser vivida com o máximo de prazer possível. Mas ao mesmo tempo todas estas situações me fazem pensar que nós somos a destruição de nós próprios.
Quantos não serão os homicídios em circunstâncias semelhantes por esse mundo fora? A única diferença? Ninguém os filma (isto apesar de haver uma enorme comunidade mórbida por essa net fora, que ganham a vida com snuff videos - vídeos de mortes de pessoas, desmembramentos e coisas do género).
Isto tudo faz-me pensar... 
Como é possível o ser humano ser assim? 
Como é possível haver milhões de pessoas que actuam da mesma forma que estes animaizinhos ucranianos? E tudo porque se querem divertir, fugir à monotonia?

É triste ver a verdadeira faceta do ser humano...

1 retro-introspecções:

Johnny Bajanas disse...

Vou ser sincero, espicaçaste a minha curiosidade e caí no erro de ver o filme (o primeiro minuto e meio apenas...).

Como em todas as espécies do reino animal, há sempre uma pequena fracção que foge aos limites e age contra todas as regras comunitárias. Apesar de ter ficado simultaneamente horrorizado, triste e indignado, continuo a acreditar que não somos muito diferentes do resto do mundo.

E, discordando com a tua última frase, não creio ser esta a verdadeira faceta do ser humano. Sou da opinião de que pessoas assim não passam de anomalias cromossómicas, de genomas aberrantes que resultam de mutações mal sucedidas, prontas a ser eliminadas pela lei de Darwin.

Uma coisa é certa, estes já não vão procriar!

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