03 março 2010

Nine

Rob Marshall seduziu-me com "Chicago".
"Moulin Rouge" agradou-me bastante, apesar de inferior ao já citado - e apesar de ser de outro realizador.
Nunca vi muitos musicais na vida (além destes, só me recordo do tenebroso "Dreamgirls"), mas estes dois até que me deixaram com vontade de ver a próxima película do género de Rob Marshall, cheio de estrelas cintilantes e com um Daniel Day-Lewis que só entra em produções vencedoras.
"Nine" é uma adaptação de um musical da Broadway, misturado com uma adaptação de um filme de Fellini, e a acção passa-se em Itália, tratando a vida de um realizador desinspirado e mulherengo que sente a pressão de ter que apresentar um argumento em pouco mais de uma semana.
O filme centra-se acima de tudo no "drama" da vida de Guido, interpretado por Daniel Day-Lewis, e em todas as suas relações quotidianas com mulheres de todos os quadrantes, desde as musas dos seus filmes (Nicole Kidman), passando pela sua mãe (Sophia Loren), pela sua mulher (Marion Coutillard) ou pela amante (Penelope Cruz) ou ainda por jornalistas (Kate Hudson).
Toda a história se vai baseando nas fantasias de cada uma das personagens, e a forma como o realizador trabalha com a montagem dos diálogos, intercalados com as músicas é notável, imprimindo um bom ritmo ao desenrolar da trama. No entanto, nem sempre as canções são empolgantes (aliás, poucas são...), e é aqui que se começam a cavar as diferenças com "Chicago". O filme não puxa muito por nós, é algo insosso e estava à espera de mais.
Quanto ao elenco de luxo, pouco aparece (ou, quando aparece, não brilha), com excepção de Penelope Cruz e Marion Coutillard, que são de facto a mais-valia do filme. A espanhola tem um papel amalucado, mesmo à sua medida e a fazer relembrar "Volver" ou "Vicky Cristina Barcelona". Uma excelente actriz. 
Ver Daniel Day-Lewis a cantar é... estranho. Mas ele acaba por ter uma interpretação interessante de um italiano de meia-idade.
Resumindo, é um bom filme para passar o tempo, recheado de mulheres bonitas, com uma realização bem interessante. Mas pouco mais do que isso.

6/10

2 retro-introspecções:

elevet disse...

Vejo-me forçado a dizer que a nota final foi claramente influenciada pela "qualidade" das protagonistas!
Abç!

BrunoFerreira disse...

LOL.
Também, mas não só.

Eu acho a história e as músicas algo fraquitas, mas a realização é de facto muito boa...;)

Para mim, um 6 já é uma nota fraquita, e vale mais pelo entretenimento que provoca.

Abraço

Free Hit Counter