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31 dezembro 2009

Melhores de 2009: ÁLBUNS



20. THE ANTLERS - "Hospice"
Uns Sigur Rós em estado mais deprimido e raivoso.
19. IT MAY NEVER END - "Such Is Life"
Música com sentimento, num post-rock acolhedor. A cada audição que passa, sabe melhor.
18. RODRIGO LEÃO - "A Mãe"
Uma homenagem à música portuguesa no meu top. Ouvi alguns álbuns portugueses, mas este destacou-se claramente. Rodrigo Leão está sempre um patamar acima.
17. jj - "No. 2"
Ritmo pop absolutamente contagiante. Um dos meus grandes vícios do ano.
16. ANDREW BIRD - "Noble Beast"
Conjuga brincadeiras rítmicas com sonoridades maduras e belas.
15. PHOENIX - "Wolfgang Amadeus Phoenix"
Música alegre e que nos põe bem-dispostos. Mas sempre com qualidade e simplicidade. Pop na verdadeira acepção da palavra.
14. PATRICK WATSON - "Wooden Arms"
Experimentalismo ao mais alto nível e uma enorme voz no corpo de um dos mais novos génios da música actual. Proporcionou-me o melhor concerto do ano, no Sá da Bandeira.
13. MODERAT - "S/T"
Acompanhou-me em grande parte dos meus joggings. Grande poder de nos pôr a abanar por todo o lado, numa amálgama incessante de sons dançantes.
12. GIRLS - "Album"
Guitarradas cheias de vida, baladas tristonhas e como tudo se pode conjugar de forma quase perfeita.
11. WILD BEASTS - "Two Dancers"
Voz levitante e melodias e batidas a condizer.

10. ATLAS SOUND - "Logos"
A simplicidade de processos de um génio. Este Bradford Cox não consegue fazer nada pior do que Muito Bom.
9. DIABLO SWING ORCHESTRA - "Sing Along Songs for the Damned & Delirious"
O álbum mais maluco do ano, na junção de músicos, instrumentos e estilos mais improvável do mundo. Metal, folk, ópera e tudo o mais que quiserem imaginar.
8. THE FLAMING LIPS - "Embryonic"
Um álbum enigmático, espacial (e especial). O rock progressivo no seu expoente máximo.
7. DAN DEACON - "Bromst"
Tudo aqui parece ter saído de uma noite hiper-criativa, no meio de um qualquer bosque em noite de lua cheia, em comunhão com criaturas animalescas e tribos indígenas.
6. FUCK BUTTONS - "Tarot Sport"
Existe para fazer de som ambiente numa conversa descontraída. Estes gajos fazem música electro/techno, tudo em tons de som progressivo.
5. FEVER RAY - "Fever Ray"
Música glaciar, gélida, mas que nos aquece a alma! O melhor álbum de electrónica do ano.
4. GRIZZLY BEAR - "Veckatimest"
Grandes músicos, grandes músicas e um álbum sem falhas. Músicas épicas, óptimas para ambientes intimistas.
3. THE XX - "XX"
A grande surpresa do ano. Minimal, sons indie, pop, rock, r&b... Tudo e mais alguma coisa em perfeita sintonia. O new wave está de volta.
2. ANIMAL COLLECTIVE - "Merriweather Post Pavillion"
Os mestres da criatividade e do experimentalismo. Parece que fazem música só porque sim, num estúdio lá de casa, enquanto fazem uma pausa de jogar consola. Tudo sai bem a estes gajos.
1. DIRTY PROJECTORS - "Bitte Orca"
Guitarras loucas e estonteantes, e vozes perdidas e estridentes que se fundem num dos grandes vícios do ano.
NOTA - Os 3 primeiros ocupam o primeiro lugar de forma rotativa, consoante as "luas".

Nomes como God Help The Girl, The Pains Of Being Pure At Heart, Camera Obscura, Arctic Monkeys, ISIS, Bizarra Locomotiva, Junior Boys, Air, Bill Calahan, The Horrors, YACTH, Japandroids, The Decemberists ou Bear in Heaven não estão no top, mas merecem uma vénia bem pronunciada.
Foi o ano em que mais música ouvi na vida, e valeu bem a pena!

03 dezembro 2009

THE FLAMING LIPS - "Embryonic"

Os The Flaming Lips passaram de desconhecidos (para mim, apesar de terem quase 30 anos de carreira e 12 álbuns na bagagem) a uma das bandas mais enigmáticas com a qual tive contacto na minha curta cultura musical. E o que eu andei a perder durante anos...
Contactar com este "Embryonic" é, por si só, uma experiência. Às primeiras audições, vemos logo que está ali uma coisa em grande, mas falta-nos perceber bem aquilo que eles pretendem com a música. Este enigma - e a beleza da sua música, obviamente - incita-nos a ouvir só mais uma vez, para perceber. E depois, mais uma, e só mais uma. Por fim, reparamos que estamos viciados na música, embuídos em toda a atmosfera Lipiana (ou será mesmo um planeta?), quase que a rastejar por mais e para que as músicas não tenham fim.


Há uma coerência incrível ao longo do extenso álbum de 2 CD, composto no total por 18 faixas. "Convinced of the Hex", a música de abertura, dá-nos logo como aperitivo a ementa que vai ser servida nas restantes músicas: experimentalismo em dose reforçada, regado com doses de psicadelismo, tudo isto acompanhado com uns óptimos sons intergalácticos. "The Sparrow Looks Up At The Machine" vem só intensificar o clima, torná-lo mais denso, transformar a atmosfera. Em "Evil", penso exactamente como diz a letra: "I Wish I could go back / Go back in time", para poder ter acompanhado de mais perto o trabalho destes senhores. Já agora, uma melodia excelente, nesta música.
"Silver Trembling Hands" (apresentado no EP que antecedeu este lançamento), "Gemini Syringes" e "Powerless" são mais 3 músicas imperdíveis, que transmitem na perfeição o sentimento de "Embryonic".
No meio de todo o experimentalismo e psicadelismo, este álbum também passa por momentos de maior acalmia, como são exemplo "If" e "The Impulse".
De referir que este é também um álbum com algumas colaborações, como é o caso dos MGMT, em "Worm Mountain" (uma faixa mais pesada), ou da Karen O, dos YYY's, em "I Can Be a Frog" ou "Watching the Planets" (o single de apresentação do álbum, que tem uma força enorme e um ritmo contagiante). Já agora, uma curiosidade que encontrei na Wikipedia: "Karen O's contributions were recorded by Wayne Coyne over the phone."
É também fantástica a forma como Wayne Coyne e companhia fazem músicas mais pequenas (de transição, talvez), com uma complexidade sonora e com tais elementos que nos deixam agarrados. "Sagittarius Silver Announcement" é um desses exemplos, com um baixo em pano de fundo, ao qual de vão juntando os mais diversos elementos sónicos. "Aquarius Sabotage" não lhe fica nada atrás, na quantidade de elementos sónicos interespaciais que introduz.

"Embryonic" é igualzinho áqueles pratos em que comemos e ficamos a chorar por mais.
Acredito que este é um álbum que vai continuar a crescer dentro de mim ao longo do tempo.
É uma viagem por todo o Universo. É um acontecimento.

9/10

24 novembro 2009

FUCK BUTTONS - "Tarot Sport"


"The Lisbon Maru" exprime tudo aquilo que sinto ao ouvir o segundo trabalho dos Fuck Buttons.


Uma espécie de Animal Collective mais electrónicos, mas com a mesma dose de genialidade e loucura.
Lindo!

9/10

23 novembro 2009

DIABLO SWING ORCHESTRA - "Sing Along Songs for the Damned and Delirious"

Os DSO são das coisas mais absurdamente esquisitas e boas que já ouvi. E é daquelas coisas que nem sequer se estranha (ok, estranha-se pela mistura de sons e estilos, mas...), entranha-se logo!
Têm uma capa do álbum anormal, delirante e alegre, que até acaba por transmitir bem aquilo que se passa ao longo das 10 faixas do disco - um verdadeiro carrossel de sonoridades e emoções.


Pensar nos DSO e associá-los ao Metal é extremamente redutor. Uma banda que conta com guitarras, teclas, instrumentos de sopro (flauta e trompete), violoncelos, cítaras e uma vocalista de canto lírico diz tudo.
É verdade que os riffs poderosos estão presentes em quase todas as músicas, mas estão lá de forma muito bem ponderada e são coadjuvados com sonoridades que muitas vezes nos fazem voltar aos anos da génese dos blues e do jazz - "A Tap Dancer's Dillema" -, nos levam aos recantos da música tradicional russa - "Vodka Inferno" é Katiuska ao mais alto nível, altamente viciante -, passando pela marcha em forma de tango de "A Rancid Romance"...
São demasiadas emoções para um disco só. Às vezes, são até demasiadas emoções para um só música, como é exemplo "Lucy Fears the Morning Star". "New World Windows" apresenta uma música mais "normal", por assim dizer, onde, para além da voz de ópera, encontramos "apenas" uma fantástica malha com influências post-rock. "Ricerca Dell'anima" segue as mesmas pisadas, no que à conjugação de sonoridades diz respeito.
"Stratosphere Serenade" termina o disco de forma arrebatadora, com um violoncelo em grande forma. Uma odisseia de 8 minutos que nos deixa a salivar por mais coisas assim.

O nome da banda, apesar de esquisito, não podia estar mais adequado. Estes gajos são de facto uma autêntica orquestra, tal é a diversidade instrumental que apresentam ao longo das 10 faixas. Uma das grandes referências do ano.
Surpreendente.
Arrebatador.
Épico.

9/10

10 novembro 2009

GIRLS - "Album"

Os Girls são um duo de gajos - logo aqui somos induzidos em erro - americanos de S. Francisco, que lançam agora o seu primeiro álbum, chamado... "Album". Surpresa das surpresas.


Ouvi este álbum vezes e vezes sem conta, tentando perceber onde os Girls queriam chegar. Porque esta banda apresenta-nos música pop cheia de ritmo alegre, seguida por uma música depressiva, triste... Procurei alguma história sobre a formação da banda, e descobri que o vocalista (Cristopher Owens) pertenceu a um daqueles cultos religiosos marados no Texas, e acabou por sofrer com isso.
"Album" acaba por ser bastante denso, cheio de sonoridades distintas, diversas influências e estados de espírito, transparentes nas letras das músicas.
"Lust for Life", uma faixa pop ao mais alto nível, dá-nos logo a personalidade do frontman da banda - "(...) But now I'm just crazy, I'm totally mad/ Yeah, I'm just crazy, I'm fucked in the head (...)". Seguimos com "Laura", um falhanço amoroso com a posterior tentativa de reconciliação, que acaba por contribuir para o estado depressivo maioritariamente encontrado no disco e que se adensa em "Ghost Mouth", passando a obsessão e raiva em "GodDamned", uma faixa construída praticamente apenas com uma guitarra acústica. "Big Bad Mean Motherfucker" dá-nos distorção dos anos 80, muito ao estilo Beach House ou The Magnetic Fields, com um ritmo muito veraneante e contagiante.
"Hellhole Ratrace" é, definitivamente, uma das músicas do ano! Caracteriza na perfeição aquilo que este "Album" representa. É uma faixa post-rock cheia de intensidade, sentimento e absolutamente bela. Sentimo-nos num mundo à parte, ao ouvir esta obra-prima. Depois deste momento, segue-se mais uma faixa cheia de melancolia e dor, garantida no título da canção - "Headache", à qual se seguem "Summertime" - com mais alguma distorção - e "Lauren Marie" - post-rock para falar novamente de relações intempestivas e dos seus arrependimentos. Será a mesma pessoa de "Laura"?

Depois desta balada, embalamos para a mais poderosa faixa de "Album". "Morning Light" será uma luz de esperança na vida do Chris Owens em forma de shoegaze. "Curis" é um excelente momento de introspecção sem letra associada, que dá para reflectir sobre o que nos foi sendo dado ao longo das 10 faixas anteriores, e "Darling" encerra o disco com alguma alegria e energia positiva, ao som de algum country.
Falar deste "Album" é envolvermo-nos de tal maneira que é impossível abstrairmo-nos das suas densidades sónicas, que vão desde o mais puro pop/rock, passam pelo shoegaze ou pelo post-rock. Toda a diversidade contagia e arrasta-nos para as fantásticas letras do autor. Faze-nos estar do lado dele. Uma excelente surpresa neste ano, e salta direitinho para os melhores do ano!

9/10

07 novembro 2009

WILD BEASTS - "Two Dancers"

Desconhecia por completo esta banda britânica, formada em 2002 em Leeds. É mais uma banda inglesa jovem, mas cheia de talento e ideias muito engraçadas, tal como os já aqui falados The xx. "Two Dancers" é o sucessor do primeiro álbum, "Limbo, Panto", lançado no ano transacto.

Esta é mais uma banda que entra pelos ritmos dançáveis do brit-pop, permitindo a conjugação de algum funk com uma voz diferente daquilo a que poderemos estar habituados, já que as influências líricas parecem-me bastante evidentes na projecção da voz do vocalista Hayden Thorpe. O baixista Tom Fleming também dá um jeitinho em algumas das músicas e fá-lo de forma bem competente, funcionando como contra-balanço ao maior exotismo do vocalista principal.
"Hooting and Howling" - o single de avanço deste "Two Dancers" - é aquilo que se pede a um single; uma música que caracteriza o som de um banda ou de um álbum, mas cujo refrão (principalmente) não deixa de ficar na cabeça durantes dias e noites seguidas. O efeito Wild Beasts é desde logo conseguido. "All the Kings Men" dá-nos uma dupla personalidade do vocalista, que tanto apresenta um tom de voz grave, como desata em loucos falsetes... Tudo isto com umas guitarras por trás a dar brilho ao espectáculo. A faixa "Two Dancers" não acentaria nada mal nuns Editors inspirados, e "Underbelly" é curta mas certeira. Para finalizar as referências, não posso deixar passar em claro "We Still Got the Taste Dancing on Our Tongues" - que nos deixa a salivar por mais músicas deste calibre (o "gostinho" Wild Beasts fica mesmo na nossa boca) - e "This is Our Lot" - uma música altamente poderosa, com um baixo viciante, uma bateria em grande forma e uma guitarra a entrar quando deve entrar e a voz a não desiludir, vendo aquilo a que estamos habituados ao longo do CD. Uma das músicas do ano, para mim.

Mais uma óptima surpresa vinda de terras de sua majestade, que parece ter na gente mais nova o futuro assegurado quanto à música que se faz por aquelas bandas.

8/10

27 outubro 2009

ATLAS SOUND - "Logos"


Atlas Sound é o projecto a solo de Bradford Cox (Deerhunter), aquele que eu considero o Manuel Cruz dos States (à devida escala, e sem querer cair em comparações de géneros) - simplesmente genial. Está envolvido em vários projectos, ajuda quando pode, quando quer, quando está inspirado.
"Logos" é editado num ano em que foi lançado um EP dos Deerhunter - depois de no ano transacto ter havido um álbum de Deerhunter e de Atlas Sound - e, segundo as crónicas, foi um álbum feito ao primeiro take, em que a ideia surgia, era gravada e de seguida surgia outra. Um álbum por instinto, portanto.


Este "Logos" transpira a sonoridade que me conquistou em Deerhunter. É tudo e não é nada de específico. Algum shoegaze a abrir com "The Light That Failed", ao qual se segue uma música acústica a lembrar Radiohead em "An Orchid". Tudo é feito com simplicidade de processos, onde tudo encaixa e flui na perfeição. E assim aparece "Walkabout", um dueto com Panda Bear dos Animal Collective, que traz um pouco de loucura, animação e luminosidade a um "Logos" que se mantém num lado mais nocturno, como é habitual. Depois chega "Shelia", um caso de amor à primeira vista comigo. É impressionante como a música é absolutamente viciante, apenas praticamente com uma guitarra à nossa frente (ouvidos).
"Quick Canal", que tem a colaboração de Laetitia Sadier dos Stereolab, é uma ode à música. O baixo a marcar o ritmo, a voz suave da francesa, todos os elementos que vão sendo introduzidos ao longo dos mais de 8 minutos da faixa... Música de paixões.
"Washington School" é, depois do dueto com Panda Bear (ou Noah Lennox, como preferirem), a segunda grande maluqueira de "Logos", com sons mais experimentais, para fazer a vontade ao amigo dos Animal Collective, certamente.
Para finalizar as referências (que foram a quase todas as músicas) "Criminals", "Logos" ou "My Halo" não ficam nada atrás daquilo que foi feito em "Microcastle/Weird Era Continued", o que me faz afirmar com certeza que Bradford Cox está em grande forma, cheio de ideias, e com isto vai aumentando a consideração que tenho por ele.

"Logos" de Atlas Sound entrou directamente para a minha lista de preferidos do ano, um álbum que sabe bem ouvir em todas as ocasiões, tal a diversidade e carga emocional que transporta.

9/10

15 outubro 2009

VOLCANO CHOIR - "Unmap"

Volcano Choir é um projecto de dois amigos do Wisconsin - Justin Vernom (dos Bon Iver, e a razão que me levou a interessar por este álbum, depois do absolutamente fantástico "For Emma, Forever Ago" do ano passado) e o líder dos Collection of Colonies of Bees.
Justin Vernom empresta a sua voz ao projecto e o seu génio, o amigo faz uns arranjos musicais muito ao seu jeito, com o experimentalismo folk/rock a reinar durante todo este "Unmap".

O álbum abre com "Husk and Shells", que em alguns momentos faz-nos lembrar a magnífica "Lump Sum", naqueles sons mais clericais, por assim dizer. "Sleepymouth" é a primeira grande faixa, em que fica bem premente qual a função de cada um neste projecto. A cunha de Bon Iver está bem presente, mas o final da música não deixa escapar um pouco do math/rock que também caracteriza este projecto. "Island, IS" com os seus loops constantes torna-se contagiante, viciante, queremos que a música não mais acabe.
O experimentalismo continua em "Dote", "And Gather" e "Mbira in the Morass" (este último com algum cheirinho daquilo que Patrick Watson faz, até a voz do Justin Vernom sai meio esganiçada e diferente do seu habitual registo), mas estas são talvez as músicas menos conseguidas - atenção, não são nada más! Segue-se uma curta "Cool Knowledge" que nos deixa claramente a salivar. Mas não há nada a fazer, mal dermos conta, já se foi. Para o fim, ficam "Still", trazida em forma de ambience, misturada com umas vozes "electrónicas". São 7 minutos de nos levar aos céus, num crescendo não tão crescente como possamos imaginar, mas absolutamente divinal. Está aqui uma das obras major do ano, no que a canções diz respeito. "Youlogy" fecha "Unmap", quase à capella, e um coro (de igreja?) a fazer alguns acompanhamentos. Bonito.

Os Volcano Choir trouxeram grandes músicas à cena musical de 2009, isso é indesmentível. E aconselho vivamente que ouçam este "Unmap", tenham ou não gostado do "For Emma, Forever Ago". Porque gostarem deste último é meio caminho andado para não desperdiçar o primeiro. E vice-versa.

8/10

12 outubro 2009

THE XX - "XX"

Muito se tem falado por todo o lado do primeiro álbum desta banda londrina, e eu como sou um gajo que não gosta de fugir às modas (quando estas me parecem razoáveis e de excelente qualidade), e observando tamanhos elogios, era impossível passar indiferente e não ouvir este álbum.
A verdade é que estes putos de 20 anos (2 rapazes e 2 raparigas) fazem música de gente grande, de quem já anda nestas andanças há décadas.

Este "XX" apresenta-nos melodias sedutoras, sonoridades conhecidas mas reinventadas, transmitidas em "slows" com traços de R&B, soul ou pop, dando uns passinhos também pelo shoegaze e pela electrónica. Esta mescla de influências dá aos The xx (é mesmo em minúsculas) uma alma muito própria, e a sua personalidade assenta muito na complementaridade da voz do homem e da mulher.
Para além deste interessante traço teatral/dramático nas músicas da banda, temos sempre presente um forte baixo a marcar o ritmo, coajuvado por guitarras desenhadoras dos caminhos dançantes a seguir (gostei da expressão "guitarra serpentante", utilizada pelo Vítor Belanciano no Ípsilon).
A introdução do álbum é absolutamente avassaladora; "Intro" (a melhor introdução a um CD que já ouvi?) tem um instrumental que nos seduz por completo, caracteriza o som da banda e nos arrasta para ouvir as restantes faixas, que vão revelando uma consistência absolutamente notável. "VCR", "Fantasy" ou "Night Time" são de uma simplicade que até assusta, "Basic Space" ou "Heart Skipped a Beat" são mais elaboradas, mas a essência está lá, e o resultado final é tremendamente positivo. Depois, temos "Crystalized", "Shelter" e "Infinity", aquelas músicas que são absolutamente sublimes, dada a clareza de ideias e a simplicidade que emanam.

Com estas amostras, conseguimos experienciar as mais diversas sensações. Temos sons mais gélidos, mais frios, mais quentes, mais alegres, mais melancólicos. Mas uma coisa se mantém: a qualidade artística deste indivíduos, bem patente na forma como conseguem conjugar diferentes estilos, ideias e sensações num só disco, e mesmo assim não sairem "ao lado". Têm imensas influências, mas conseguem ser absolutamente originais. É isto que nos faz admirar este quarteto!
Um álbum absolutamente viciante e intimista! Dos melhores do ano, sem a mais pequena dúvida! Perfeito!

10/10

04 outubro 2009

MUSE - "The Resistance"

Os Muse criam sempre uma grande expectativa à sua volta. Surpreenderam meio mundo com as suas músicas no início do século, e a partir daí conseguiram ir construindo uma carreira muito sólida, baseada sempre em bons álbuns e excelentes prestações ao vivo, com Matt Bellamy a demonstrar quase sempre a sua genialidade.
Obviamente, com todo o hype que circulava em volta do novo álbum da banda, as expectativas iam sendo cada vez mais elevadas. Toda os fãs (onde eu me incluo) esperam ouvir novas masterpieces, como quase todas as músicas de "Origin of Symmetry", mais de metade das de "Absolution" e algumas dos dois restantes álbuns. Todos nós gostávamos que os melhores momentos dos Muse estivessem todos reunidos no próximo CD (no caso, este "The Resistance").

Mas Matt Bellamy e Companhia já nos habituaram a não repetir fórmulas. Todos os álbuns apresentam variações significativas uns dos outros, e este não foge à regra. Só que a experiência não terá corrido tão bem - confesso que o "Black Holes and Revelations" também não me caiu no goto - e o resultado final pode ser mais divergente nas opiniões de fãs e críticos. Assim, na generalidade, "The Resistance" não é um álbum muito consistente, nem entusiasma por aí além, salvo algumas excelentes excepções.
O problema deste álbum, penso eu, é que tentaram ser demasiado épicos. - nota-se na duração das músicas, todas superiores a 5 minutos, ou perto disso. Quiseram construir hinos da música, e acabaram por inventar onde não se inventa (as guitarradas 'à la Queen' arruinam "United States of Eurasia", uma música que eu acho que percebo onde queriam chegar - o título dá uma dica -, mas que acaba por ser mal sucedida no seu todo; "Undisclosed Desires" dá-nos um R&B que não lembra a ninguém; a "Guiding Light" falta-lhe sal, algo que a faça destacar... Esta é aliás a segunda e última música com umas guitarradas um pouco dúbias e já conhecidas por grande parte do mundo...) e não inventar quando deviam ("Uprising", uma das melhores faixas do álbum, tem personalidade mas falta-lhe o devaneio de outros tempos, o toque de genialidade; "Resistance" e "I Belong to You" são outros exemplos típicos).
De resto, além das três já referidas, aprecio bastante "Unnatural Selection", e a "MK Ultra" também tem bons sons, apesar de alguns exageros aqui e ali. As 3 partes de "Exogenesis: Symphony" são, no seu todo, o melhor do álbum, muito bom mesmo! E aqui se nota a tentativa de fazer algo épico e teatral, algo mais diferente do que já tinham feito. Aliás, vai-se notando ao longo do LP nas letras e nos temas das músicas essa tentativa (falhada, a meu ver) de fazer algo que perdure no tempo, que marque uma época.

O álbum não é nada de extraordinário, mas o anterior também não o tinha sido, não ficando este atrás, sinceramente (na minha opinião). Mas, como já disse e repito, para os Muse as expectativas vão ser sempre muito altas. Algumas das inovações correram bem (Sinfonias a ouvir e a comprovar), outras coisas sairam mal e caíram um pouco no insólito/ridículo, e no global há 2 ou 3 músicas que se poderiam considerar dispensáveis... Mas com os erros se aprende, e não será por causa de "The Resistance" que deixaremos todos de gostar dos Muse, uma das bandas que mais paixões ou ódios move na actual cena musical!

6,5/10

22 setembro 2009

ARCTIC MONKEYS - "Humbug"

Na primeira vez que ouvi "Humbug", senti estranheza. Os Arctic Monkeys estavam lá, mas tinham mudado.
Na realidade, perderam aquela irreverência, típico dos adolescentes que eles eram durante o período de gravação dos dois primeiros álbuns. E ambos os álbuns - "Whatever People Say I Am That's What I'm Not" e "Favourite Worst Nightmare" - transpiram energia, criatividade, juventude e guitarradas amalucadas. Conseguiram, além do mais, construir um segundo disco superior ao primeiro (a meu ver), mantendo a mesma linhagem e estilo musical, o que não acontece a muitas bandas em que o sucesso lhes bate à porta. Demonstravam assim maturidade.
Este "Humbug" representa a consolidação da maturidade e, acima de tudo, uma mudança. Um som mais maduro e sombrio, em que as guitarras controladamente descontroladas perdem um pouco do protagonismo - pelo menos em algumas músicas - para um baixo mais poderoso, mais dominador. Aliás, penso que o single de apresentação, "Crying Lightining", retrata na perfeição a nova imagem do quarteto de Sheffield.
Muitas vezes, quando se pensa em "mudança", todos ficamos de pé atrás... "Lá se foi a qualidade!... Porque não se deixaram ficar no caminho em que tão bons eram?". Eu não concordo com esta visão. Acho que há que tentar evoluir, senão a música também vai cansando.
Mas não se julgue que, quando se fala em mudança de sonoridade, vamos ter uns AM amorfos, sem energia, sem irreverência, sem qualidade. Ela continua lá, intacta, mas transformada noutras coisas boas. Estão simplesmente diferentes.
E é assim que temos uns Arctic Monkeys com, talvez, menos batidas por minuto, menos saltos adolescentes, mas com a energia de sempre. Aqui, as excepções talvez sejam "Fire and the Thud" e "Cornerstone", músicas que seguem uma toada mais calma, mas em que a primeira não deixa de apresentar uns acordes iniciais muito "Arctic Monkeysianos", empolgantes e interessantes (também os álbuns anteriores apresentam alguns exemplos de "slows" com grande qualidade e marca registada).
De resto, e falando um pouco de algumas faixas, "Dangerous Animals" brinca com as palavras, soletra-as, até que chega a um ponto em que uns riffs mais poderosos farão levantar as dúvidas até aos mais cépticos com esta "nova versão" dos ingleses. "Secret Door" não se afasta muito das músicas mais antigas (parece que estou a falar de uma banda com 15 anos!): melodias suaves e bem definidas, muito bem auxiliadas pela típica voz de Alex Turner. As coisas vão-se encarrilando.
Há ainda "Potion Aproaching" e "Pretty Visitors", em que agressividade que todos gostam está de volta, sendo que a segundas me parece beber algumas influências de Jack White (estarei certo, ou redondamente enganado?).
Sobram "Dance Little Liar" - bateria de grande classe e com grande ritmo, que torna esta faixa uma das minhas preferidas - e "The Jeweller's Hands" - baixo dominante e guitarras flutuantes, a nova imagem de marca da banda que já se tornou um dos grandes fenómenos da cena britânica da última década e meia, depois de Blur ou Oasis, entre outros.
Quanto a influências, parece-me que o papel de Josh Homme, dos Queen of the Stone Age terá sido fundamental na sonoridade apresentada.

Concluindo, "Humbug" é um álbum diferente dos anteriores, mas igualmente bem construído. Pode dizer-se que os Arctic Monkeys evoluiram, moldaram o seu som, mas não perderam nem a identidade nem a qualidade, apesar de ser um disco que considero inferior ao "Favourite Worst Nightmare", pelo menos.

8/10

16 setembro 2009

jj - "no. 2"

jj (em minúsculas, mesmo) é um nome sui generis. Basicamente não diz nada, a não ser que o nome da banda é constituído por duas letras que por sinal até são repetentes. Uma pequena pesquisa, e chega-se à conclusão que a banda é oriunda da Suécia, mais propriamente Gotemburgo. Mas a informação não passa muito disto. Depois, olhamos para a capa de “no. 2”, o primeiro LP do conjunto sueco e a curiosidade aumenta. No mínimo, sugestivo.
Os jj fazem música pop, descontraída, com uns toques jeitosos de música electrónica por aqui e por ali. Mas acima de tudo, fazem boa música. Confesso que a primeira vez que ouvi, ao de leve, todas as músicas, a minha reacção foi mais ou menos esta: “WTF?!?”. Mas bastou ouvir uma segunda vez, e fiquei vidrado num som que me faz lembrar, em muitos momentos, o “Rei Leão”! Não me perguntem por quê, é parvo, eu sei, mas é do que me lembro. Talvez a culpa esteja naquelas sonoridades com uma percussão bem típica da selva, por assim dizer.
A primeira música – “Things Will Never Be The Same” – é precisamente aquilo que descrevi em cima: ritmo contagiante, percussão excelente e um excelente prenúncio para o resto do álbum. “From Africa to Málaga” é o título da música que me faz pensar que talvez as minhas associações ao “Rei Leão” não estejam assim tão distantes e não sejam demasiado estapafúrdias, pois todos sabemos que a história de Simba & Companhia se passa nas savanas africanas. Passamos depois para “Ectasy”, o single de avanço de “no. 2”, que nos traz uma electrónica bem vincada, a fazer lembrar a também nórdica Fever Ray. Um arraso de música, para dizer a verdade. “My Love” anda numa onda semelhante à já referida faixa do êxtase, uma sonoridade gélida, sem perder os traços que ajudam a caracterizar os jj. “Intermezzo” faz a passagem para a parte final do álbum, em que “My Hopes and Dreams” se destaca com um poder semelhante às primeiras faixas. No fundo, todas as 9 músicas merecem um destaque, por uma ou outra razão. Aquelas que, na minha opinião, ficam um pouco abaixo do nível apresentado são “Are You Still in Vallda” e “Me & Dean”, talvez por serem praticamente acústicas e, assim, fugirem um pouco à toada do restante álbum.
Uma última referência à voz da vocalista. Muito interessante e com bastante força.

Pois é, estes jj conseguiram fazer um dos álbuns que mais me viciou neste ano da graça de 2009, e só por isso merecem uma grande ovação! É uma música óptima para descontrair, mexer um bocadinho os pés e desentorpecer as pernas. A cabeça fica logo mais leve. E não, não é de nenhuma planta que por acaso, e só por acaso, esteja representada na capa de “no. 2”!

9/10

05 setembro 2009

ISIS - "Wavering Radiant"

Mais uma vez, digo que o metal não é o meu terreno, conheço pouca coisa, mas conheço alguma de excelente qualidade. Tool será o expoente máximo da minha sapiência na área. E “Wavering Radiant”, o álbum em que primeiro contacto com ISIS, assemelha-se muitas vezes à sonoridade tão característica de Tool.
São 7 músicas intensas, com baixos poderosos, guitarras melódicas, riffs insistentes, baterias a marcar o ritmo contagiante. Confesso que, em algumas das vezes que ouvi o álbum, preferia que não houvesse voz. Não por esta ser má, mas porque o instrumental é, por si só, excelente.
Com “Hall of the Dead”, temos uma entrada em grande, que é para nos começarmos a habituar ao que aí vem – verificar, aos 2:40, um momento em grande. “Ghost Key” é fantástica, pelo menos na minha óptica. Ritmos avassaladores, intercalados com um grande momento shoegaze, e até os (poucos) grunhidos do vocalista lhe dão um ar especial, no momento ideal. Ou seja, esta música consegue destacar tudo o que mais gosto neste álbum dos ISIS. Em “20 Minutes / 40 Years” destacam-se a excelente melodia das guitarras logo de início, que embalam a música para tons ora mais pesados ora mais relaxantes, para depois rebentar novamente em riffs frenéticos. Para o fim, ficou reservada “Treshold of Transformation”, que é A música. Intensa, poderosa, entusiasmante, viciante, perfeita. Tudo se conjuga na perfeição, tudo é perfeito. As restantes músicas mantêm a bitola bastante elevada, o que faz com que “Wavering Radiant” seja um dos meus álbuns de metal preferidos do ano.

Vou ter que continuar atento às vertentes mais alternativas da música mais “pesada”.

8,5/10

16 agosto 2009

PHOENIX - "Wolfgang Amadeus Phoenix"



Phoenix. Uma banda francesa (aí, já foi uma surpresa para mim), já com uma década de existência e que eu desconhecia por completo. Lançam em 2009 o seu 4º trabalho de originais – “Wolfgang Amadeus Phoenix”. Um nome curioso e a capa não fica atrás. Será que tencionavam dizer que iam ser a grande bomba de 2009, no que à música diz respeito?
Falando da música propriamente dita, é muito agradável. Um pop/rock com pitadas de electrónica, que lhe dão um toque muito especial (esta junção tem andado muito em voga, nos tempos que correm).
Entramos em grande com “Lisztomania”, uma canção pop perto da perfeição, cheia de alegria e ritmo, com a bateria e as teclas (?) como grandes protagonistas. Com “1901” ficamos arrumados no que diz respeito a singles, e ambas me fazem lembrar Vampire Weekend. Bom sinal, portanto, pelo menos para mim. “Love Like a Sunset” foge ao padrão de músicas do álbum, para nos brindar com uma faixa electrónica, das melhores que ouvi este ano.”Lasso” e “Rome” lembram-me Of Montreal, para em seguida darmos lugar à melhor faixa do álbum. “Countdown” é para ouvir e chorar por mais, não há cá descrições! Em “Girlfriend” e “Armistice”, continuo a identificar bocadinhos de Vampire Weekend e Of Montreal, o que é selo de qualidade, vindo de quem vem.

Portanto, estamos aqui perante um grande álbum, óptimo para esta altura de Verão, para ouvir na praia, na esplanada, ao sol, ou à noite, numa qualquer festa com umas bebidas ao lado (ou na mão). Descontraído. É a palavra que define “Wolfgang Amadeus Phoenix”.



8/10

07 julho 2009

DIRTY PROJECTORS - "Bitte Orca"

Dirty Projectors. Um nome a reter e que não pode ser esquecido. São umas das bandas mais originais da actualidade, juntamente com outros senhores da música, como TV On The Radio, Animal Collective ou Arcade Fire.
“Rise Above” – álbum de 2007 – é bom, mas o novo trabalho de Dave Longstreth e companhia roça o magnífico.


Guitarras desengonçadas, vozes esganiçadas. Como diz o Belanciano do Ipsilon, “… canta como se fosse um bom cantor a tentar ser mau. Canta como se fosse um mau cantor a tentar ser bom…” É talento puro, a desbravar por terrenos que podem parecer pouco seguros, mas que estão controladamente descontrolados. E toda a beleza do disco resulta disso mesmo – da loucura, do experimentalismo, das melodias sedutoras, das vozes.
“Cannibal Resource”, se não é a melhor forma de começar “Bitte Orca”, anda lá perto. Com ela, não será difícil de adivinhar a transcendência cénica e teatral que aí se avizinha. Passamos depois para “Temecula Sunrise”, que tem um minuto inicial de nos levar às nuvens. Que som! “The Bride” dá-nos uns ares mais rockalhados, que é para a malta se animar e para nos prepararmos para uma das mais fantásticas coisas que aconteceram neste ano musical, juntamente com “Snookered” (Dan Deacon), “My Girls” (Animal Collective) ou “Two Weeks” (Grizzly Bear). “Stillness is the Move” é das músicas mais perfeitas que posso pedir. Guitarra tresloucada, a batida e a voz fazem o resto. “Two Doves” é capaz de ser a música que menos aprecio do rol de 9 obras de arte, mas “Useful Chamber” recupera em grande o ritmo e a beleza musical, dá-lhe um ar mais R&B/blues e descontrolado, ao qual se juntam as deliciosas vozes, primeiro esganiçadas, depois quentes. O final é o delírio completo personalizado nas guitarras frenéticas e, por fim, em todas as misturas que fazem desta banda tão especial. “No Intentions” anda mais certinha do que seria de esperar, mas sabe muito bem! Em “Remade Horizon”, mais propriamente no refrão, entra um contrabaixo que se conjuga na perfeição com a aventura vocal que toda esta música é. É também aqui que aparecem ritmos mais africanos, que acabam por casar muito bem com toda a envolvência sonora. O álbum fecha com contrabaixo, violinos, e num ambiente já a convidar ao relaxamento, em “Fluorescent Half-Dome”, mas a identidade está toda lá.

“Bitte Orca” é o álbum do momento, um dos melhores álbuns do ano, e um álbum que fica para uma vida. Um obra-prima, portanto.


10/10

02 julho 2009

THE HORRORS - "Primary Colours"

Uma banda britânica de garage rock, The Horrors. O nome é de facto horroso, horripilante. O visual dos músicos não anda muito longe do hediondo.
Apesar de todas estas sensações negras, “Primary Colours” anda londe do negrume que este jovens pretendem transmitir. A primeira música, “Mirror’s Age”, é um choque. Então estes gajos têm este nome, vestem-se e maquilham-se de uma forma soturna, e apresentam uma música com tanta vivacidade? As semelhanças com The Killers não são de todo descabidas, mas ficam-se por aqui. “Who Can Say” é uma música com um baixo poderoso, ao qual se lhe juntam umas teclas, para tornar a “coisa” menos monofónica. Depois, temos várias músicas cruas, com um ar desleixado, a lembrar em muitos momentos os Joy Division. “Scarlet Field”, “Primary Colours”, “I Can’t Control Myself” e “I Only Think Of You” são o melhor exemplo disso. É impossível não haver ali influências do baixo do Peter Hook e da voz do Ian Curtis. E isso só pode ser um elogio, certo? Não estranharia, inclusivé, encontrar as duas últimas no reportório “JoyDivisioniano”. A alma está lá, as melodias claustrofóbicas também. E claro, a qualidade! “Sea Within A Sea” termina o álbum em pura beleza, uma odisseia de 8 minutos em que, mais uma vez, o baixo adquire particular destaque, mesmo quando a música parece seguir alguns (bons) devaneios, como as guitarradas, ou as “tecladas”. Tudo nesta música é perfeito, muito bom, viciante!

De resto, penso que “Primary Colours” é melhor a partir do primeiro terço, onde transpira Joy Division por muitos dos seus poros, que é como quem diz, por muitos dos seus acordes, por muitas das batidas.

8,5/10.

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