Os Muse criam sempre uma grande expectativa à sua volta. Surpreenderam meio mundo com as suas músicas no início do século, e a partir daí conseguiram ir construindo uma carreira muito sólida, baseada sempre em bons álbuns e excelentes prestações ao vivo, com Matt Bellamy a demonstrar quase sempre a sua genialidade.
Obviamente, com todo o hype que circulava em volta do novo álbum da banda, as expectativas iam sendo cada vez mais elevadas. Toda os fãs (onde eu me incluo) esperam ouvir novas masterpieces, como quase todas as músicas de "Origin of Symmetry", mais de metade das de "Absolution" e algumas dos dois restantes álbuns. Todos nós gostávamos que os melhores momentos dos Muse estivessem todos reunidos no próximo CD (no caso, este "The Resistance").
O problema deste álbum, penso eu, é que tentaram ser demasiado épicos. - nota-se na duração das músicas, todas superiores a 5 minutos, ou perto disso. Quiseram construir hinos da música, e acabaram por inventar onde não se inventa (as guitarradas 'à la Queen' arruinam "United States of Eurasia", uma música que eu acho que percebo onde queriam chegar - o título dá uma dica -, mas que acaba por ser mal sucedida no seu todo; "Undisclosed Desires" dá-nos um R&B que não lembra a ninguém; a "Guiding Light" falta-lhe sal, algo que a faça destacar... Esta é aliás a segunda e última música com umas guitarradas um pouco dúbias e já conhecidas por grande parte do mundo...) e não inventar quando deviam ("Uprising", uma das melhores faixas do álbum, tem personalidade mas falta-lhe o devaneio de outros tempos, o toque de genialidade; "Resistance" e "I Belong to You" são outros exemplos típicos).
De resto, além das três já referidas, aprecio bastante "Unnatural Selection", e a "MK Ultra" também tem bons sons, apesar de alguns exageros aqui e ali. As 3 partes de "Exogenesis: Symphony" são, no seu todo, o melhor do álbum, muito bom mesmo! E aqui se nota a tentativa de fazer algo épico e teatral, algo mais diferente do que já tinham feito. Aliás, vai-se notando ao longo do LP nas letras e nos temas das músicas essa tentativa (falhada, a meu ver) de fazer algo que perdure no tempo, que marque uma época.
6,5/10
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