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27 julho 2010

BROKEN SOCIAL SCENE - "Forgiveness Rock Record"

Diz-se que os Broken Social Scene foram uma das primeiras bandas a lançar o fenómeno indie fora dos States - mais propriamente no Canadá -, quando surgiram em 1999, sendo ainda compatriotas de Arcade Fire ou Wolf Parade, duas das mais prezadas bandas da cena actual. Passada já uma década, revelam-se como uma das mais consistentes, depois de três trabalhos bem acima da média.
O grande destaque da banda assenta em termos latos na composição da mesma, uma vez que menos de 10 membros associados à banda será coisa rara por aqueles lados, o que faz com que cada um dos intervenientes traga a sua individualidade para juntar ao conjunto. Isto transforma as músicas dos Broken Social Scene em composições melódicas complexas, orquestrações frequentes e indubitável qualidade.
Depois de um álbum homónimo excelente e de um "You Forgot It In People" ainda melhor, a fasquia estava muito elevada para o actual "Forgiveness Rock Record", que se apresenta com um maior trabalho de produção e, consequentemente, com uma menor crueza no seu som. A explosividade também não atinge os níveis de antigamente, mas a excelência não arredou pé, e para isso estão lá músicas como "Chase Scene" ou "Forced to Love", que não andam distantes da fenomenal "7/4 Shoreline" do álbum de 2005, por exemplo. "All to All" dá oportunidade a Feist de demonstrar os seus fantásticos dotes, numa onda mais mexida e dançável. "Ungreateful Little Father" é mais uma das excelentes músicas que compõem este álbum, seguida de uma hiper-instrumental "Meet in the Basement", a relembrar as rockalhadas mais valentes que os Broken Social Scene conseguem fazer. "Sweetest Kill" chega pouco depois em poses mais calmas para arrebatar a presença no top 3 das mais belas do álbum.
No entanto, lá pelo meio e apesar da consistência encontrada, é possível identificar músicas que acabam por não dizer tanto quando ouvidas. O facto de não encontrar músicas estupidamente perfeitas como "Lover's Spit", "Fire Eye'd Boy ou "Anthems For a Seventeen-Year-Old Girl" (só para citar algumas...) fazem com que considere o quarto álbum de originais desta banda canadiana um pouco abaixo daquilo que já produziram.
Mas ao vivo deve ser uma espectáculo e pêras!

8/10

22 julho 2010

PANTHA DU PRINCE - "Black Noise"

Pantha du Prince é o alter-ego de um produtor e DJ alemão, mais um da excelente escola germânica no que à música electrónica em geral diz respeito, e lançou no corrente ano de 2010 “Black Noise”, o seu terceiro álbum de originais – isto apesar de este ser o meu primeiro contacto com o trabalho do alemão. 
“Black Noise” é acima de tudo um disco que pretende pôr-nos a mexer com a sua electrónica e alguns resquícios de techno, dubstep ou house, em doses relativamente suaves. É desta forma que se apresentam as onze longas faixas que compõem o álbum, acompanhadas quase sempre por um baixo soturno e ambientalista a impor o ritmo e a ditar as regras. A sonoridade orgânica é presença contínua, e aqui podem encontrar-se semelhanças com Dan Deacon, essencialmente na utilização de instrumentos ou caixas de ritmos mais peculiares – e não na intensidade imprimida pelo americano –, que recheiam o álbum com algo diferente que acaba por não permitir a instalação da monotonia.
A consistência acaba por ser o ponto forte deste álbum (as duas últimas músicas, apesar de interessantes, talvez estejam um pouco desenquadradas devido à toada mais dark ambience), mas há algumas músicas incontornáveis, ou pelo menos que devem ser escutadas como forma de caracterização do álbum: “Lay in a Shimmer”, “Stick to my Side” , “A Nomads Retreat” ou “Behind Stars” são músicas muito boas, às quais se deve dar uma oportunidade (só peço uma). 
Com tudo isto, Pantha du Prince não vem revolucionar as pistas de dança do mundo, mas vem dar-lhes ritmo e bom gosto.

7/10

12 julho 2010

JOANNA NEWSOM - "Have One On Me"

Joanna Newsom é uma das meninas bonitas da música mais tradicional norte-americana. Começou muito nova e de forma adorável - não só física, como musicalmente -, mas o mais recente álbum marca de alguma forma uma diferente abordagem à sua música. Depois de um interregno algo longo, a jovem cantora decidiu-se pelo regresso, e logo com um álbum triplo, constituído por 18 músicas, totalizando uma duração de quase 2 horas. 
"Have One On Me" é por essa razão um álbum denso e difícil de escutar de seguida, apesar das belas melodias. O ideal será dividir a sua apreciação por CD, o que facilita a afeição às letras, às melodias, ao ambiente calmo. O grande ponto forte deste álbum é a coerência, a constância, a musicalidade e suavidade de todas as canções. Diria que é ideal para nos acompanhar durante um jantar mais íntimo, a meia-luz e com um bom vinho ao lado. A companhia não deve ser rejeitada ainda aquando da leitura de um bom livro (os restantes ingredientes podem manter-se).
Depois, há pormenores instrumentais, principalmente de piano, harpa e violino que são verdadeiros achados de beleza em estado puro, não desprezando os instrumentos mais habituais, que tornam o restante mais belo.
Como já referi, e olhando para "Have One On Me" como um todo, a duração a meu ver excessiva do álbum retira algum do brilhantismo. Mas apenas porque se torna complicado aguentar a maratona sempre com níveis de concentração elevados, o que nos leva a dispersar ou a avançar algumas músicas.
No entanto, está aqui uma obra que deve ser apreciada e que se destaca neste ano musical de 2010. Um álbum para ir recordando de tempos a tempos.

8/10

16 junho 2010

THE NATIONAL - "High Violet"

Conheço os The National há apenas três anos. Tomei contacto com eles em 2007, aquando do lançamento do sublime "Boxer", que imediatamente me deixou embasbacado e atordoado com toda aquela perfeição melódica e densidade musical. A partir daí, foi partir em busca de "Alligator", seu sucedâneo de 2005, que, embora sendo mais crú e menos trabalhado, é também uma obra de muito bom gosto, com a qualidade lá nos píncaros. Mas esta banda de Brooklyn constituída por membros de Ohio já cá anda há uma década, sendo que os dois primeiros álbuns foram mais discretos. 
"High Violet" marca o regresso de uma das minha grandes pancas da música actual. Poder-se-á dizer que os The National continuam iguais a si próprios. Matt Berninger, na voz, é o perfeccionista obcecado de sempre; as guitarras, a cargo dos gémeos Dressner, são trabalhadas ao pormenor (mas só passam com a aprovação do "maníaco" Berninger) e os primos Devendorf encarregam-se do baixo e da esplêndida bateria - um cada, obviamente. Como dá para ver, isto é praticamente uma banda familiar, coadjuvada pelo génio do vocalista e autor de quase todas as letras.
Falando agora especificamente deste novo trabalho, "High Violet" apresenta-nos a mistura perfeita entre duas obras-primas. Contém a irreverência e a crueza de "Alligator", sem deixar a limpidez e as melodias perfeccionistas de "Boxer". Ou seja, "High Violet" consegue armazenar nas onze músicas que compõem o álbum o melhor de dois mundos. 
"Terrible Love" a abrir dá-nos energia e distorção q.b., para logo nos servirem "Sorrow" uma das mais belas músicas, depressiva até dizer chega. Aliás, a onda obsessiva e claustrofóbica multiplica-se com tal intensidade em "Afraid of Everyone" que faz com que uma derivações da guitarra de toda a restante melodia se assemelhem a verdadeiros arrepios sentidos, num crescendo que vai envolvendo, envolvendo e envolvendo até terminar num momento ambience arrepiante com uma bateria em grande forma. Por falar em bateria, Bryan Devendorf é capaz de ser um dos melhores e mais inventivos bateristas da actualidade. The National é o que é também muito graças aos ritmos diferentes imprimidos pelo Bryan e dos quais são excelentes exemplos "Everyone's Ghost" e "Bloodbuzz Ohio". Aliás, o single de apresentação é um orgasmo de porco para mim: a aliar à batida absolutamente hipnotizante, surgem no final de cada refrão uns pratos em crescendo que conduzem a um devaneio das guitarras ao qual não consigo ficar indiferente. 
Observando as letras atentamente, observam-se bem os traços da personalidade do autor, parece que ficamos todos a conhecer um pouco desta personagem, que foi pai há relativamente, influência que se nota em diversas canções. Desviar um pouco da nossa atenção para as letras irá deixar-nos maravilhados e seduzidos.
O restante material não referenciado é de qualidade indubitavelmente alta, merecia uma palavrinha, mas tornaria tudo isto mais longo e talvez repetitivo. Assim, e para terminar, "High Violet" é eloquente e cru, claustrofóbico e libertador. "High Violet" catapulta em definitivo os The National para o Olimpo da História da música. Está tudo dito. Resta não perder a oportunidade de apreciar tal obra-prima.

10/10

08 junho 2010

THE BESNARD LAKES "Are The Roaring Night"

Os The Besnard Lakes são uma banda canadiana, mais uma das criadas na primeira metade da década de 00, e que muitos bons frutos tem dado no mundo musical. Estes em particular têm uma sonoridade que acaba por se aproximar dos congéneres Broken Social Scene. Depois de um muito bom "The Besnard Lakes Are The Dark Horse", onde se inclui a estonteante "And You Lied To Me", de 2007, o quarteto lançou-se em busca de novos desafios, criando assim "The Besnard Lakes Are The Roaring Night".
Rock psicadélico, ambience, mas essencialmente shoegaze, caracterizam o som desta banda, que consegue, ao longo das 10 músicas presentes no álbum, manter a bitola equilibrada e num nível alto. Vozes alienadas, guitarras prementes e envolventes e melodias que facilmente nos conquistam fazem o resto.
A música introdutória, "Like The Ocean, Like The Innocent", está dividida em duas partes. A primeira apresenta-nos uns ares de psicadelismo, ao qual se juntam guitarras bem vincadas na segunda parte. Uma incursão de 7 minutos de muito bom gosto, absolutamente contagiantes, que transformam esta faixa numa das melhores que já ouvi este ano.
Os minutos iniciais de "Chicago Train" aproxima-nos do Universo de Bon Iver e o que de bom tal acarreta, entrando depois na onda mais característica da banda, mais perto do shoegaze ou do post-rock. Mas o que mais no envolve nos The Besnard Lakes é a capacidade com que eles nos embrulham na sua sonoridade, nos despertam a curiosidade para aquilo que fazem, para aquilo que transmitem. "Land Of Living Skies" e "Light Up Night" são isso mesmo e "And This Is What We Call Progress" é a prova viva da possível comparação com os Broken Social Scene, num excelente momento musical em que nada falta.
"The Besnard Lakes Are The Roaring Night" é um dos bons álbuns do ano, apesar de não me parecer tão bom como o anterior, demonstrando mais uma vez que os canadianos andam a dar cartas no mundo da música, com alguns dos projectos mais interessantes da actualidade. Óptimo para ouvir num momento mais intimista, de preferência em ambiente de meia-luz.

8/10

03 junho 2010

GORILLAZ - "Plastic Beach"

O projecto de animação de Damon Albarn dispensa grandes apresentações. No início deste século, os Gorillaz revolucionaram a música pop, muito à custa do pouco comum conceito da banda, de videoclips vistosos e de bonecos muito bem construídos. Os bons singles também ajudaram à divulgação. Depois de dois álbuns que alcançaram um enorme sucesso, a expectativa era muito alta para um dos mais aguardados regressos do ano.
"Plastic Beach" tem um cartão de visita potente: "Stylo" é uma grande música capaz de incendiar pistas de dança por todo o mundo, e que tem no seu vídeo (um dos grandes pontos fortes do projecto) um excelente ponto de partida. Mas a beleza interior acaba por nunca alcançar os níveis da cobertura exterior, daquela que causa a primeira impressão.
O álbum contém algumas orquestrações - o nome da música inicial é prova disso mesmo -, não esconde referências orientais em "White Flag", nem rejeita influência marcadas no hip-hop/rap em "Welcome to the World of the Plastic Beach", com Snoop Dogg. É por isso um álbum bastante diversificado, recheado de influências e de participações especiais, dos quais se destaca Lou Reed, em "Some Kind of Nature" e Little Dragon, em "Empire Ants", sem dúvida dois dos momentos mais bem conseguidos do terceiro disco dos Gorillaz. "Glitter Freeze" e "On Melancholy Hill", em registos completamente opostos (a primeira, super mexida e ritmada; a segunda, uma balada em que a voz do líder dos Blur sobressai naturalmente), são as outras duas faixas que valem a pena ser referidas.
Não sendo um álbum brilhante, "Plastic Beach" cumpre a sua principal função. Aquecer a malta nestes tempos de Verão que se aproximam. Ideal para ouvir em ambientes descontraídos.

7/10

17 maio 2010

CRYSTAL CASTLES - "Crystal Castles"

Em 2008, os Crystal Castles surgiram com um álbum homónimo que surpreendeu meio mundo, pela sua imprevisibilidade, pela sua electrónica meio desvairada, mas completamente viciante e envolvente. 2010 marca o regresso do duo electro-punk canadiano às lides discográficas, com um nome para o álbum extremamente original... O mesmo de há dois anos, o nome da banda.
Apreciar o álbum depois de os ter visto ao vivo condiciona sempre a opinião. Porque é impossível ficar indiferente ao espectáculos quase-epilépticos de luz, porque a energia de Alice Glass não passa despercebida, e porque os Crystal Castles conseguem fazer dos concertos uma versão ainda melhor dos seus álbuns. Depois, há uma dosagem quase perfeita entre elementos "certinhos" e desconcertantes, entre sons ritmados e batidas descordenadas, que dão um brilho especial a este tabalho.
As primeiras músicas mostram tudo aquilo de que os Crystal Castles são capazes de fazer. Noise rock a abrir, coadjuvado por sintetizadores em "Fainting Spells", electro-pop e voz límpida e angelical de Alice Glass em "Celestica" (o nome da música assenta mesmo bem, caraças!), batidas frenéticas, distorção e energia estridente nos píncaros em "Doe Deer" e electro-punk e voz peculiar - chamemos-lhe assim - em "Baptism". Uma apresentação mais completa e abrangente do que isto seria complicado, mas não se julgue que a boa música termina na quarta faixa; muito pelo contrário. A vocalista tem uma energia incrível que transborda por todos os lados ao vivo, e talvez esse aspecto seja absolutamente contagiante nas audições posteriores a este disco. Alice Glass acaba por me fazer lembrar Karen O, com toda aquela energia pronta a ser transferida no contacto com o público.
Mas há mais destaques. É possível encontrar na música deste duo alguns pontos de contacto com o universo The Knife, de qual é exemplo "Violent Dreams", o que só pode ser considerado bom. "Birds" opta por uma perspectiva mais rockeira dos Crystal Castles, enquanto que a sua precedente, "Vietnam", segue linhas mais fiéis à caracterização do som da banda - se é que isso pode ser feito. Para o fim, temos reservado um belíssimo shoegaze, introduzido por 20 segundos de puro devaneio, em "I Am Made of Chalk", que no fundo acaba por ajudar na definição deste álbum: músicas enérgicas, trabalhadas, cheias de elementos desestabilizadores, surpreendentes e imprevisíveis.
Ouvir "Crystal Castles 2010" (chamemos-lhe 2010, para distiguirmos do primeiro álbum) antes e depois de presenciar uma das suas actuações é diferente. As músicas ganham outra vida, sentem-se com outra alma. Mas uma coisa é certa, este álbum é alma, é magia e é muito bom!

9/10

08 maio 2010

BROKEN BELLS - "Broken Bells"

Dupla promissora. Ao vocalista de uma das bandas mais inspiradas (e inspiradoras) da última década – The Shins –, junta-se o produtor DangerMouse, para criarem música pop, sem grandes floreados mas com qualidade. 
Não conheço DangerMouse, mas conheço The Shins, e nestes Broken Bells identificam-se diversos padrões musicais não muito distantes da banda de James Mercer, o que é necessariamente bom.
“Broken Bells” não é, na minha interpretação, um álbum que queira revolucionar o mundo da música. 
Parece-me um projecto nascido da vontade destes dois músicos trabalharem em conjunto. Portanto, este disco é composto por um punhado de boas canções pop, como a faixa que abre o disco, “The High Road”, ou “Vaporize” que se lhe segue, passando por algumas influências mais recentes, como Santigold, bem exposta na batida inicial de “The Ghost Inside” e outro par de canções bem interessantes. Mas o melhor fica para o fim, com as duas melhores canções do álbum a chegarem em “The Waiting Game” – com um baixo a mandar na música – e “The Wall and the Mistery”, que entra directamente para o top das minhas preferidas do ano: começo misterioso, guitarras desenfreadas e ritmo no ponto. Muito bom! 
No geral, o álbum mantém uma consistência assinalável, e quando damos conta já o CD está a acabar de rodar, o que é sempre bom. Um álbum leve, óptimo para dias de sol e de espírito alegre. 

7/10

05 maio 2010

LOCAL NATIVES - "Gorilla Manor"

Os Local Natives são uma das boas surpresas deste ano. Apesar de serem originários de Los Angeles, o álbum foi lançado primeiro – e ainda no ano transacto – no Reino Unido, e só mais tarde – já em 2010 – nos EUA. Por este motivo e pelo facto de os ter conhecido apenas em 2010, considero este um álbum de 2010 e não se fala mais nisso.
A sonoridade poderá ser incluída no rótulo indie, tão em voga nos últimos tempos, sendo que já os compararam com bandas como Vampire Weekend, Fleet Foxes ou Arcade Fire – há ainda uma versão dos Talking Heads, em “Warning Sign”, o que poderá fazer prever alguma influência musical desta banda. Mas os Local Natives não deixam de ter músicas bem definidas, uma identidade bem desenvolvida e bastante identificável. Todo álbum tem uma consistência assinalável, sempre num tom bem ritmado e cheio de melodia, juntando aos habituais instrumentos das bandas violinos e o piano. As músicas são todas elas relativamente grandes (entre os 4-6 minutos), o que dá sempre espaço a alguns sinais de improvisação e fuga ao estilo clássico de canção de 3 minutos, com refrões quase sempre muito catchy.
“Wide Eyes” abre “Gorilla Manor”, com uma bateria que, sinceramente, naquele ritmo não caía mal nos The National. “Airplane” e “Who Knows Who Cares” seguem uma onda mais calma mas igualmente interessante. “Sun Hands” tem o refrão mais viciante do álbum, ainda para mais quando um coro de crianças começa a cantar “And when I can feel with my sun hands / I promise not to lose her again” a plenos pulmões, só apetece desatar a fazer o mesmo. Para o fim, deixo o melhor momento: “Camera Talk” é um dos hinos deste ano, cheia de elementos fortes e diversos; quem quiser descobrir este álbum, que comece por aqui, se faz favor, que isto é contagiante.

“Gorilla Manor” ganha, para já, o prémio de uma das bandas mais cool do ano.

8/10

24 abril 2010

SHEARWATER - "The Golden Archipelago"

Conheci os Shearwater em 2008, aquando do lançamento do álbum "Rook", uma bela surpresa para mim no panorama musical de então. Faixas como "Rooks" ou "Levianthan, Bound" são incontornavelmente belas e marcantes.
Voz inconfundível e peculiar de Jonathan Meiburg - ex-membro dos Okkervil River que ajudou a fundar esta banda mais "calma" - e instrumentação folk com bastantes nuances e variantes fazem deste projecto algo facilmente reconhecível aos primeiros sons e acordes.
"The Golden Archipelago" é a aposta na continuidade do (bom) trabalho já realizado. Um álbum que aposta na regularidade, que faz do disco algo congruente, consistente e com um seguimento lógico e facilmente identificável. A toada do álbum é maioritariamente calma, à qual se juntam uma ou duas músicas mais atrevidas, sendo exemplo máximo a intensa "Black Eyes", marcada por uma base de percussão bastante forte e uma guitarra bem mais ritmada e activa. Na toada mais comum associada ao estilo musical desta banda do Texas, registam-se o belíssimo single "Black Eyes", "Runners of the Sun" (que não encaixaria mal de todo no trabalho desenvolvido pelos Elbow) ou ainda "Castaways", sem menosprezar a música introdutória com noções ligadas à natureza "Meridian" ou "Hidden Lakes", balada assente em princípios do piano. Apenas as duas últimas canções do álbum tiram alguma da coerência já referida atrás, pois não se sabe muito bem aquilo que por lá estão a fazer. Parecem desenquadradas, perdidas. E nós não perderíamos muito se as mesmas estivessem ausentes e os Shearwater apenas se tivessem apresentado com as nove músicas iniciais.
No entanto, está aqui um trabalho bem interessante, ao nível do já desenvolvido em 2008, e que merece um par de audições para demonstração do valor implícito.

7/10

18 abril 2010

SURFER BLOOD – “Astro Coast”

“Astro Coast” representa o primeiro trabalho dos Surfer Blood, banda norte-americana, mais propriamente da Florida, que fazem a chamada música indie. Há diversas influências na sua música, mas quase nunca conseguem atingir um nível que me leve a ficar agradado com aquilo que ouço.
Diria que “Astro Coast” é um álbum que foi feito para não ser levado muito a sério, feito por uma banda que nos faz lembrar muita coisa, e que por isso mesmo se apresenta sem grande personalidade.
O single “Swim” fez sucesso ainda em 2009, é uma música agradável e “catchy”, com bastantes pontos de contacto com Stephen Malkmus dos Pavement, assim como as “Fast/Slow Jabroni” (duas músicas em que apenas a velocidade se modifica). Aliás, esta vai sendo uma constante ao longo das 10 faixas que compõem o disco.
“Take It Easy” respira Vampire Weekend por todos os poros, o que comprova e reforça a ideia de que a banda nova-iorquina já começa a ser uma (boa) referência do universo indie. “Hamornix” faz lembrar Santogold (ou Santigold, actualmente) e acho que assentava muito bem na voz da produtora e cantora americana que apresentou um dos bons trabalhos de 2008. “Twin Peaks” tem momentos que caem bem e outros que nem por isso: cheira a The Shins e James Mercer e The Shins em momentos iniciais, mas depois transforma-se nuns The Killers de mau gosto. Há ainda tempo para recordar Dinosaur Jr. em “Anchorage”, quase a terminar o disco.
O álbum acaba por se passar bem, mas não é marcante, não é entusiasmante e não ficará certamente na história deste ano 2010. Não me deixa saudades.


5/10

06 abril 2010

THESE NEW PURITANS - "Hidden"

A história desta banda de Essex, Inglaterra, é algo recente. Surgiram de forma algo discreta em 2008 com “Beat Pyramid”, um disco que demonstrava uma grande irreverência em faixas como “Numerology (AKA Numbers)”, “Swords of Truth” ou “Elvis”, mas que também deixava expostas alguma irregularidade e inconstância. No entanto, não deixou de ser uma das boas revelações desse ano (estiveram no Casa da Música, juntamente com a grande revelação do ano - Vampire Weekend - ainda o ano estava a começar, concerto esse que tive imensa pena de falhar), e a sua onda post-punk acabou por fidelizar vários adeptos (uns mais revivalistas que outro), o que lhes permitiu partir para um segundo trabalho discográfico mais elaborado.
Dois mil e dez marca o regresso dos These New Puritans com “Hidden”, numa sonoridade (muito) mais madura e bem definida, e que se afasta um pouco da primeira aventura. Em “Beat Pyramid”, as músicas eram curtas e imediatas; em “Hidden”, a banda brinda-nos com (algumas) faixas mais longas, mais trabalhadas, mais sombrias, mais enigmáticas. Após algumas audições, consegue-se inclusive decifrar o por quê do nome do álbum. Há sem dúvida muita coisa escondida pronta a ser descoberta e que, à primeira vista e numa audição mais distraída, pode passar despercebida.
As letras não são nada do outro mundo, sendo dado o grande destaque às batidas sombrias mas bem ritmadas, conjugadas com algumas guitarradas bem valentes e uns refrões repetitivos ou uns versos mais “rappados” que caem muito bem. Tudo isto servido sem pressas, que é para não haver o risco de ficar alguma nota musical por saborear. Os exemplos máximos desta vertente mexida, que vive da percussão em grande dose, são “We Want War”, “Attack Music” e “Drum Courts – Where Corals Lie”, músicas belíssimas e altamente viciantes, muito bem contrabalançadas por faixas como “Three Thousand”, “Hologram” ou “Orion”, esta última com uma espécie de cânticos gregorianos lá pelo meio, que adensam o clima já bastante intenso do álbum. A sonoridade algo diferente do habitual é um elemento garantido em quase todas as faixas, e aqueles instrumentos de sopro (serão só trompas ou algo mais?) transformam “Hidden” num belo ambiente soturno que não deve deixar de ser apreciado.
Sem dúvida, os These New Puritans souberam pegar naquilo de bom que fizeram em “Beat Pyramid” e transformá-lo em algo muito próprio e mais consistente, fazendo deste projecto um dos mais interessantes do ano.
Uma evolução, portanto.


8/10

29 março 2010

HOT CHIP - "One Life Stand"

Não conhecia os Hot Chip até 2008. Fiquei a conhecê-los devido a algumas remisturas de uns temas muito bons desse ano e, a partir daí, parti à descoberta do "Made In The Dark", um álbum bom, mas que não me encheu as medidas por completo.

One Life Stand" apresentava como uma excelente oportunidade para banda londrino me convencer. E não é que conseguiram?
Este álbum começa de forma absolutamente poderosa, com uma "Thieves in the Night" sedutora, hipnotizante e cheia de força. A toada mantém-se nas músicas seguintes passando por "I Feel Better" ou "One Life Stand", até que em "Brothers" nos chegam uns Hot Chip menos festivaleiros numa das melhores faixas do álbum.
Depois, perde-se um pouco da intensidade (e qualidade) inicial, recuperada a partir de "We Have Love", e rejuvenescida em "Keep Quiet", uma música que só ganha por ser mais negra e sombria. A música de despedida "Take It In" mantém a bitola alegre e electrónica de grande parte do álbum, fazendo deste um dos álbum interessantes deste ano, e que é o melhor que eu conheço deles, mesmo tendo em conta que a pujança registada no início de "One Life Stand" se vai desvanecendo.



7/10

26 março 2010

FOUR TET - "There Is Love In You"

Começo já pelo fim.
Four Tet é, até agora, uma das minhas grandes referências deste ano de 2010.
É certo que ainda vêm aí coisas das quais espero muito neste ano, mas Kieran Hebden (o verdadeiro nome deste inglês que formou este "alter-ego") ganhou um lugarzinho especial no meu coração.
"There Is Love In You", particularmente a primeira faixa "Angel Echoes", foi o meu primeiro contacto com Four Tet e logo ali ficou criada uma ligação, que se estendeu para "Love Cry", uma epopeia de 9 minutos que a transforma numa das minhas preferidas do ano. A música tem uma força notável. Começa algo tímida, mas o ritmo acaba por ser impor, coadjuvado por uma voz repetitiva para absolutamente viciante. Os elementos acrescentados ao longo dos 9 minutos não deixam nunca a música cair na monotonia.
"Circling" é hipnotismo em forma de sintetizadores (ou lá o que aquilo é... Só sei é que é bom com'ó raio!), "Sing" é coisa para nos pôr a mexer, "This Unfolds" é chill-out para nos fazer descansar um pouco e "Plastic People" tem lá para o meio uma espécie de caixas de música que fazem maravilhas aos ouvidos.
Portanto, e voltando ao início, está aqui um álbum que merece a devida atenção, pela qualidade e som de níveis muito elevados.

8/10

15 março 2010

SPOON - "Transference"

Os Spoon são uma das bandas mais respeitadas do movimento indie actual, não só por serem dos mais antigos, mas também por manterem uma coerência e consistência assinalável.
2010 é o ano do regresso aos originais, depois de um "Ga Ga Ga Ga Ga" que me caiu no goto e que me abriu caminho a conhecer mais sobre esta banda.
Os Spoon não têm que provar nada a ninguém, têm um estatuto e parecem divertir-se a fazerem música. "Transference" é isso mesmo. Um disco divertido para quem o fez e para quem o ouve, mas que acaba por não trazer nada de muito inovador à discografia da banda americana. As canções apresentam uma naturalidade notável, mas nunca (ou quase nunca) surpreendem, pelo menos a mim não, pelo menos da forma que o álbum anterior fez. 
No entanto, é um disco bem homogéneo, que mais parece uma jam session, onde tudo flui. "Is Love Forever?" tem guitarradas à maneira, "The Mistery Zone" mais parece uma conversa de café (no bom sentido), "Trouble Comes Running" remete-me para o álbum de 2007 e acaba por ser a música que mais me agrada e o single "Got Nuffin" é uma boa malha rock.
"Transference" não é um trabalho deslumbrante, mas ouve-se bastante bem. De certeza que os fãs não ficarão desiludidos com aquilo que foi feito, e num concerto ao vivo não se sentirão diferenças com o que foi feito anteriormente.

7/10

13 março 2010

BEACH HOUSE - "Teen Dream"

Os Beach House são um duo de Baltimore (terra dos criativos e experimentais Animal Collective), formado há meia dúzia de anos e que lançam agora o terceiro álbum, de seu nome "Teen Dream".
Poder-se-á dizer que os Beach House fogem um pouco à rotina das bandas emergentes. Normalmente, surgem como uma bomba no álbum de estreia, e depois começam a espernear para não perderem qualidade nos trabalhos seguintes. Os Beach House, qual antítese do modelo pop, decidem brindar-nos de cada vez que lançam um álbum com algo que não esperávamos, depois de já terem feito trabalhos soberbos.
Este "Teen Dream" é basicamente isso. Um álbum melhor que os anteriores, com um ambiente cada vez mais bem definido e com melodias que se conseguem ouvir até ao infinito. Porque ouvir Beach House é fechar os olhos e esperar que nos tele-transportem para um lugar mais leve, recheado de objectos brilhantes, suaves e fofinhos.
O single de apresentação, "Norway", consegue definir bastante bem aquilo que podemos esperar de "Teen Dream", e quando dermos conta já não fazemos mais nada a não ser cantarolar o refrão. Mas o álbum não se resume a "Norway", nem de perto nem de longe. Portanto, há ainda que apreciar "Silver Soul", isto depois dos hipnotizantes primeiros acordes da primeira faixa do CD, em "Zebra". A viagem pelo mundo leve prolonga-se em "Used To Be", sem dúvida uma das melhores canções do álbum - então quando se chega a metade da música e a doce voz da Victoria Legrand se junta ao piano, prolongando-se até ao final, ui ui...
A beleza musical das composições vai-se mantendo num nível muito homogéneo e acima da média, até que nos chega "10 Mile Stereo", a música mais ritmada, a música mais "ambience" e a música mais bela! Remete-nos para o universo dos Sigur Rós, sem nunca deixar de ser Beach House. Um monumento! "Take Care" anuncia uma despedida (do álbum), mas não podiam ter escolhido melhor música para finalizar aquele que é para já, um dos álbuns do ano.
E daqui a menos de uma semana, lá estarei eu de olhos fechados a imaginar o meu próprio mundo, à custa dos sons hipnotizantes, calmos e relaxados dos Beach House. Vai ser bonito.

9/10

VAMPIRE WEEKEND - "Contra"

Há dois anos, apareceram vindos de Nova Iorque uns rapazitos que surpreenderam o mundo da música com as suas batidas afro-caribenhas misturadas com muito ritmo e guitarradas a condizer. Foram considerados a revelação do ano e autores de um dos melhores álbuns de 2008 (inclusive por mim).
2010 marca o ano do regresso dos Vampire Weekend.
E é um regresso bem amadurecido.
"Contra" não deixa, em momento algum, de ser claramente Vampire Weekend, mas os pontos de ligação com o primeiro álbum também não são muitos. Ou seja, os americanos não se deixaram dormir à sombra da bananeira (palavra apropriada, tendo em conta os ritmos africanos?) e o resultado é muito positivo. Nota-se acima de tudo evolução.
"Horchata", a faixa de abertura do disco, é para ouvir debaixo de uma palmeira com um batido de coco. Seguem-se "White Sky" - onde se consegue fazer um refrão "catchy" apenas com uma sílaba (típico neles) -, "Holiday" - numa aproximação mais visível ao álbum homónimo (e isso é necessariamente bom!) - e "California English" - uma das músicas em que a letra e os trocadilhos se tornam mais visíveis e complicados, bem acompanhados pela percussão. "Taxi Cab" é certinha, e "Run" desata numa loucura electrónica bem agradável a partir da segunda metade da faixa.
Com "Cousins", o ska-punk mais viciante que já vivenciei, termina o pop dos 3 minutos, por assim dizer, e chegam-nos uns Vampire Weekend diferentes, uns Vampire Weekend  que se deixam envolver pelo ambiente dos sons criados e que o aproveitam. O resultado são duas das melhores músicas do álbum. "Giving Up The Gun" e "Diplomat's Son" seguem uma toada mais calma, mais controlada, mas com qualidade acima da média. 
"Contra" é um álbum cheio de (boas) influências, mas é também um álbum que começa a definir uma banda, banda essa que pode vir a influenciar muita da música que se pode vir a fazer nos anos vindouros. Os Vampire Weekend tinham todas as atenções e os críticos todos à perna caso fracassassem após o primeiro álbum. Mas pode dizer-se com grande grau de segurança, para azar de alguns e para sorte de muitos mais, que o desafio foi amplamente superado.
 
9/10

04 março 2010

MASSIVE ATTACK - "Heligoland"

Massive Attack. O regresso mais aguardado do ano. Depois de 7 anos sem editarem nenhum álbum, a banda de Bristol decidiu-se finalmente a lançar mais uma obra para o mercado, depois de já terem estado perto de o fazer há uns anos.
Nunca fui um seguidor fiel da banda, até porque apenas os devo ter conhecido em 2003, por alturas do lançamento do "100th Window" (álbum que adorei, tal como os restantes que vim a descobrir posteriormente). Não sei os nomes das músicas todas, mas reconheço uma enorme qualidade a estes ingleses.
Tendo em conta aquilo que conheço, este "Heligoland" parece-me uma mudança de sonoridade, mas não uma mudança de identidade. Em "Heligoland" temos músicas mais imediatas, menos produzidas, mas igualmente belas. A aura, essa continua intacta.
Assim, partimos para a descoberta do álbum com uma faixa de abertura que nos deixa de imediato com a "pulga atrás da orelha". Vemos logo ali diferenças em "Pray For Rain". As músicas seguintes - "Babel" e "Splitting the Atom" - assentam muita da sua identidade em beats bem marcados, sendo que a primeira tem um baixo a conduzir toda a melodia que sim senhor! A colaboração do já habitué Horace Andy é sentida na segunda música referida, bem como em "Girl I Love You", uma música delirantemente bela e talvez aquela que mais nos faz recordar os Massive Attack de há uma década, juntamente com "Rush Minute" - e que por sinal são das duas que mais aprecio.
De seguida, surge um abaixamento na qualidade do álbum, mas "Paradise Circus" traz de volta as grandes músicas do álbum, e a participação de Damon Albarn em "Saturday Come Slow" dá-nos a música mais distante do restante que se faz nestas 10 faixas.
No cômputo geral, parece um regresso em boa forma de uma das bandas mais influentes da última década e meia, e que acaba por não desiludir, dadas as grandes expectativas que tinha em cima.
Mas não esperem os mesmo Massive Attack dos anos 90, que eles estão diferentes (e ainda bem, é sinal que não ficaram parados no tempo!).

8/10

03 março 2010

YEASAYER - "Odd Blood"

Os Yeasayer causaram furor em 2007 com o seu álbum de estreia. "All Hour Cymbals" foi uma pedrada no charco do pop, e a banda de Brooklyn conseguiu praticamente unanimidade naquilo que conseguiu produzir. Músicas pop cheias de energia, ritmo peculiar e qualidade indubitável.
A bitola estava elevada para o substituto do aclamado primeiro álbum.
"Odd Blood" foi aguardado com grande expectativa por mim, e o single de apresentação "Ambling Alp" fazia antever uma coisa em grande, muito na onda do álbum de estreia.
Mas o caminho mudou um pouco.
A estrada ficou mais sinuosa - leia-se mais inconsistente e inconstante -, a banda sonora da viagem continuou com grande ritmo, mas menos vibrante. O grande problema é que muitas vezes damos por nós à espera de saltar uma música, para que cheguemos à seguinte, que é melhor. É natural que isso aconteça em qualquer álbum, mas não é desejável que isso aconteça (quase) música sim, música não.
Assim, e indo ao que mais interessa, este "Odd Blood" tem grandes músicas, não haja dúvida, mas também tem outras em que desejamos que acabem o mais depressa possível. Destacando as coisas positivas, a já referida "Ambling Alp" é reconhecível a milhas de distância, "Mondegreen" e as suas palmas ritmadas devem ser um grande momento ao vivo - e também o é em CD. Depois, há ainda "ONE" ou "Rome", músicas bastante competentes, sendo a primeira a fugir para sons synth-pop e a segunda a entrar em altas rotações.
Mas o momento alto do álbum aparece à 4ª música. "I Remember" invadiu-me os poros todos desde a primeira audição, fez-me todos os pelinhos do meu corpo ficarem hirtos, fez-me procurar a letra e o seu significado. E tendo em conta o momento em que me chegou, não me podia dizer muito mais. A voz em falsete de Chris Keating é completamente arrebatadora.
Em conclusão, "Odd Blood" não é perfeito, não chega ao nível de "All Hour Cymbals", mas tem músicas absolutamente deliciosas, que nos fazem acreditar que estes gajos do art-pop nova-iorquino ainda podem fazer boas coisas pela música nos próximos tempos.

7/10

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