11 março 2010

Alice in Wonderland

"Alice in Wonderland" era sem dúvida um dos filmes mais aguardados dos últimos tempos. Realizado por um dos mais excêntricos e adorados cineastas dos nossos tempos, com actores de primeira linha e com a história famosa de Carroll que todos adoram.
Adianto já que "Alice" deixou de ser propriamente um filme de maravilhas, mas antes de pesadelos, de monstros, de terrores. Mas sem nunca deixar de atingir o seu real objectivo.
A história de "Alice" passa-se 13 anos depois da primeira visita da pequena ao "País das Maravilhas". O problema é que deixou de ser "Wonderland" e passou a ser "Underland". Terras sem cor, pálidas e escuras a contrastar com a alegria e a cor dos seus habitantes. E para isso estava lá Tim Burton e as suas personagens desproporcionadas, pálidas e completamente surreais, formando assim a conjugação ideal para miúdos e graúdos, cada um ao seu jeito, apreciarem o filme na máxima plenitude. 
Com este filme, o realizador americano consegue emprestar a todas as personagens um quê de divertido, sem nunca lhes tirar o ar sinistro. Assim, "Alice no País das Maravilhas" não deixou de ser um filme "burtoniano" nem deixou de ser um filme infantil. 
Confesso que sou um fã (dos grandes) de Tim Burton. Porque gosta de brincar com a imaginação - com a dele e com a nossa também. Portanto, os seus projectos são quase todos a apelar ao fantástico, à fantasia (coisas diferentes), ao grotesco. Este não fugiu à regra, e ver as personagens que todos nós imaginámos de uma forma há algumas décadas ganharem contornos completamente distintos é das coisas mais divertidas do Universo Burton. Ver um Chapeleiro lunático, uma Rainha Vermelha desproporcional e agressiva ou uma Rainha Branca do mais pálido e sensível que existe é algo que só se pode vivenciar na sua plenitude numa sala de cinema.
Depois, e em termos mais técnicos, tudo bate certo no filme. Fotografia espectacular, composição das personagens surrealmente divertida. Acho que não se podia pedir mais, a não ser uma duração curta do filme, que foi conseguida (1h40 de filme parece-me apropriado ao tipo de filme e à história). 
Tim Burton conseguiu reinventar um clássico infantil e fazer dele um clássico sénior também. Está de parabéns!


8/10

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