12 maio 2010

Lolita

Li "Lolita", de Nabokov, há uns meses atrás e fiquei com a "pulga atrás da orelha" depois de descobrir que havia duas versões cinematográficas do livro, uma delas do mestre Kubrick.
Portanto, e depois de ter adorado o livro, decidi ver qual o retrato dado pelo falecido realizador norte-americano a um dos mais polémicos livros do século passado.
O filme é de 1962, a preto e branco e bastante longo (2h30, aproximadamente). O estilo de realização não se assemelha a nada do que já vi do realizador, e logo por aí acabou por me deixar de pé atrás.
Outro facto que acabou por desvirtuar um pouco a história foi a utilização de uma actriz para fazer de jovem adolescente com uma aparência muito adulta, o que acaba por contrastar grandemente com o que se lê no livro, e que é o que mais choca. Não sei bem os motivos para esta pequena "adulteração", mas acabo por compreender que fosse complicado colocar uma miúda de 12/13 anos a interpretar uma personagem com uma elevada carga sexual.
Passando ao filme propriamente dito, o mesmo começa pelo fim. Todos sabemos o desfecho nos primeiros minutos, e depois é um desbobinar da história de Humbert Humbert e da sua Lolita.
A construção da narrativa está bastante interessante, e dá-lhe um ar de maior suspense. No entanto, há algumas cenas que acabam por perder muito, apesar do bom trabalho realizado pela equipa na tentativa de reproduzir da melhor forma o extenso livro.
Não era um livro fácil de adaptar, quer pela densidade temática, quer pelo extenso desenvolvimento dos factos, mas Kubrick e a sua equipa conseguem espremer bem o sumo.
De longe, prefiro o livro ao filme, que mesmo assim acaba por ter momentos bastante intensos.

7/10

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