06 maio 2010

Noites da Queima'10: Crystal Castles & Franz Ferdinand

Este ano, a Queima do Porto recebeu dois nomes internacionais que tinha bastante curiosidade em ver. Uns - os Crystal Castles - pela energia característica da sua música, e outros - Franz Ferdinand - porque foram/são (?) um dos grande fenómenos da música indie da última meia década.
Os concertos tiveram auras completamente distintas, e despertaram em mim sentimentos diversos e quase opostos, o que me levou a achar um deles portentoso e o outro apenas bom.
Passando ao que realmente interessa...

Os Crystal Castles apresentaram-se no Porto com um álbum fresquinho, acabadinho de sair, e que se segue ao muito aclamado primeiro álbum de há 2 anos - curiosamente, ambos os discos se chamam "Crystal Castles", o que o torna complicado a distinção entre os dois.
O concerto começou com um power incrível, com músicas do mais eléctrico-punk novo álbum. Logo a partir desse momento, deu para discernir sobre quem estava realmente para ouvir o duo ou quem estava para ouvir um som enquanto bebia umas cervejolas... E os gajos das cervejas preferiram ir bebê-la para outros lados, que aquilo não é música para meninos, com distorções, gritos, baixos no máximo, experimentalismos e jogos de luz psicadélicos.
Não houve nenhuma música importante que tenha falhado (que me lembre), portanto o público teve que ficar satisfeito, apesar da interacção praticamente nula da banda com os estudantes.

O som de início não estava grande coisa (deve fazer também parte da tradição académica portuense...), mas ao fim de um par de músicas, ficou bem equilibrado e deu para bombar muito ao longo da mais de uma hora de concerto, com a vocalista Alice Glass completamente avariada da cabeça sempre a tentar empoleirar-se nas grades de protecção do público e a andar desvairada pelo palco. Uma energia incrível, que me fez lembrar, por vezes, Karen O - salvo as (in)devidas comparações.
Resumindo, passaram-se ali momentos muito bons, cheios de intensidade e energia, que fazem com que não me importe de os ver num futuro muito próximo!
Estrondoso!

Dois dias depois foi dia da maior enchente que já vi numa Queima. Os conotados Franz Ferdinand voltaram a Portugal e os fãs não quiserem perder a oportunidade.
Mas quem a perdeu fui eu... Devido à imensa gente que por lá andava, desloquei-me para uma das laterais, e o som chegava lá em péssimas condições (o habitual...), o que desde logo condicionou a minha apreciação ao concerto. As deficientes condições do recinto para receber tamanha afluência de gente também condicionou todo o ambiente em redor do show.
A banda escocesa manteve-se em palco durante quase 2 horas (o que na minha óptica acabou por ser demasiado cansativo), passando por todos os singles da banda e incidindo pouco no mais recente álbum da banda. Como confesso pouco apreciador do segundo disco dos FF, acabei por "sofrer" um pouco com tanta música tocada desse álbum, mas os momentos altos foram sendo as músicas do disco que surpreendeu meio mundo em 2004. Foram sem dúvida os pontos mais apoteóticos da noite para os fãs e estudantes presentes, juntamente com o momento de percussão protagonizado pelo quarteto quase no final da noite.
No entanto, este concerto fez-me ver que já não gosto tanto dos Franz Ferdinand como gostava há uns anos. São competentes, mas (já) não me entusiasmam...
Fica no entanto a recordação de que já vi um concerto deles.

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