28 setembro 2009

Gripe A

O primeiro caso confirmado de morte pelo vírus H1N1 foi de um homem de 49 anos, que por acaso era candidato a uma Câmara Municipal.
Febre alta ou febre de poder (do concorrente)?

27 setembro 2009

Vamos a votos?

24 setembro 2009

Bizarro

A mulher que foi notícia por ter sido apanhada a conduzir sem carta por 37 vezes, pode acrescentar a 38ª vez à contagem.
Ninguém é parado mandar tantas vezes. A mim, parece-me um claro caso de perseguição da polícia.

23 setembro 2009

Manif

Fui à minha primeira manifestação, lutar pelos direitos da minha classe.
Foi a primeira e a última. Aquela onda não é para mim.
Mais uma coisa a riscar da lista "Coisas a fazer antes de morrer".

22 setembro 2009

ARCTIC MONKEYS - "Humbug"

Na primeira vez que ouvi "Humbug", senti estranheza. Os Arctic Monkeys estavam lá, mas tinham mudado.
Na realidade, perderam aquela irreverência, típico dos adolescentes que eles eram durante o período de gravação dos dois primeiros álbuns. E ambos os álbuns - "Whatever People Say I Am That's What I'm Not" e "Favourite Worst Nightmare" - transpiram energia, criatividade, juventude e guitarradas amalucadas. Conseguiram, além do mais, construir um segundo disco superior ao primeiro (a meu ver), mantendo a mesma linhagem e estilo musical, o que não acontece a muitas bandas em que o sucesso lhes bate à porta. Demonstravam assim maturidade.
Este "Humbug" representa a consolidação da maturidade e, acima de tudo, uma mudança. Um som mais maduro e sombrio, em que as guitarras controladamente descontroladas perdem um pouco do protagonismo - pelo menos em algumas músicas - para um baixo mais poderoso, mais dominador. Aliás, penso que o single de apresentação, "Crying Lightining", retrata na perfeição a nova imagem do quarteto de Sheffield.
Muitas vezes, quando se pensa em "mudança", todos ficamos de pé atrás... "Lá se foi a qualidade!... Porque não se deixaram ficar no caminho em que tão bons eram?". Eu não concordo com esta visão. Acho que há que tentar evoluir, senão a música também vai cansando.
Mas não se julgue que, quando se fala em mudança de sonoridade, vamos ter uns AM amorfos, sem energia, sem irreverência, sem qualidade. Ela continua lá, intacta, mas transformada noutras coisas boas. Estão simplesmente diferentes.
E é assim que temos uns Arctic Monkeys com, talvez, menos batidas por minuto, menos saltos adolescentes, mas com a energia de sempre. Aqui, as excepções talvez sejam "Fire and the Thud" e "Cornerstone", músicas que seguem uma toada mais calma, mas em que a primeira não deixa de apresentar uns acordes iniciais muito "Arctic Monkeysianos", empolgantes e interessantes (também os álbuns anteriores apresentam alguns exemplos de "slows" com grande qualidade e marca registada).
De resto, e falando um pouco de algumas faixas, "Dangerous Animals" brinca com as palavras, soletra-as, até que chega a um ponto em que uns riffs mais poderosos farão levantar as dúvidas até aos mais cépticos com esta "nova versão" dos ingleses. "Secret Door" não se afasta muito das músicas mais antigas (parece que estou a falar de uma banda com 15 anos!): melodias suaves e bem definidas, muito bem auxiliadas pela típica voz de Alex Turner. As coisas vão-se encarrilando.
Há ainda "Potion Aproaching" e "Pretty Visitors", em que agressividade que todos gostam está de volta, sendo que a segundas me parece beber algumas influências de Jack White (estarei certo, ou redondamente enganado?).
Sobram "Dance Little Liar" - bateria de grande classe e com grande ritmo, que torna esta faixa uma das minhas preferidas - e "The Jeweller's Hands" - baixo dominante e guitarras flutuantes, a nova imagem de marca da banda que já se tornou um dos grandes fenómenos da cena britânica da última década e meia, depois de Blur ou Oasis, entre outros.
Quanto a influências, parece-me que o papel de Josh Homme, dos Queen of the Stone Age terá sido fundamental na sonoridade apresentada.

Concluindo, "Humbug" é um álbum diferente dos anteriores, mas igualmente bem construído. Pode dizer-se que os Arctic Monkeys evoluiram, moldaram o seu som, mas não perderam nem a identidade nem a qualidade, apesar de ser um disco que considero inferior ao "Favourite Worst Nightmare", pelo menos.

8/10

19 setembro 2009

Bruno

Há uns tempos, anunciei neste mesmo blog o regresso de Sascha Baron Cohen com mais uma personagem tresloucada.
Depois do "boom" que tinha sido Borat, a curiosidade estava aguçada.
Ao ver o trailer do filme, a vontade de ver o filme adensou-se.
Quando fui ver o filme, não o consegui ver até ao fim.
O filme é mau, cheira a clichés por todo o lado, a personagem tem tiques a mais, metade das estórias soam a falso e encenadas.
As ideias parecem ter fugido um bocadinho ao humorista.
Nada a ver com o habitante asiático de um qualquer país terminado em "ão" de onde era originário o Borat.
E é pena.
Resumindo, quem vir o trailer vai rir-se muito mais do quem vir o filme.

Porque ainda conseguir soltar umas gargalhadas com algumas estupidezes,
3/10

PS - não consegui ver o filme até ao fim.

16 setembro 2009

jj - "no. 2"

jj (em minúsculas, mesmo) é um nome sui generis. Basicamente não diz nada, a não ser que o nome da banda é constituído por duas letras que por sinal até são repetentes. Uma pequena pesquisa, e chega-se à conclusão que a banda é oriunda da Suécia, mais propriamente Gotemburgo. Mas a informação não passa muito disto. Depois, olhamos para a capa de “no. 2”, o primeiro LP do conjunto sueco e a curiosidade aumenta. No mínimo, sugestivo.
Os jj fazem música pop, descontraída, com uns toques jeitosos de música electrónica por aqui e por ali. Mas acima de tudo, fazem boa música. Confesso que a primeira vez que ouvi, ao de leve, todas as músicas, a minha reacção foi mais ou menos esta: “WTF?!?”. Mas bastou ouvir uma segunda vez, e fiquei vidrado num som que me faz lembrar, em muitos momentos, o “Rei Leão”! Não me perguntem por quê, é parvo, eu sei, mas é do que me lembro. Talvez a culpa esteja naquelas sonoridades com uma percussão bem típica da selva, por assim dizer.
A primeira música – “Things Will Never Be The Same” – é precisamente aquilo que descrevi em cima: ritmo contagiante, percussão excelente e um excelente prenúncio para o resto do álbum. “From Africa to Málaga” é o título da música que me faz pensar que talvez as minhas associações ao “Rei Leão” não estejam assim tão distantes e não sejam demasiado estapafúrdias, pois todos sabemos que a história de Simba & Companhia se passa nas savanas africanas. Passamos depois para “Ectasy”, o single de avanço de “no. 2”, que nos traz uma electrónica bem vincada, a fazer lembrar a também nórdica Fever Ray. Um arraso de música, para dizer a verdade. “My Love” anda numa onda semelhante à já referida faixa do êxtase, uma sonoridade gélida, sem perder os traços que ajudam a caracterizar os jj. “Intermezzo” faz a passagem para a parte final do álbum, em que “My Hopes and Dreams” se destaca com um poder semelhante às primeiras faixas. No fundo, todas as 9 músicas merecem um destaque, por uma ou outra razão. Aquelas que, na minha opinião, ficam um pouco abaixo do nível apresentado são “Are You Still in Vallda” e “Me & Dean”, talvez por serem praticamente acústicas e, assim, fugirem um pouco à toada do restante álbum.
Uma última referência à voz da vocalista. Muito interessante e com bastante força.

Pois é, estes jj conseguiram fazer um dos álbuns que mais me viciou neste ano da graça de 2009, e só por isso merecem uma grande ovação! É uma música óptima para descontrair, mexer um bocadinho os pés e desentorpecer as pernas. A cabeça fica logo mais leve. E não, não é de nenhuma planta que por acaso, e só por acaso, esteja representada na capa de “no. 2”!

9/10

06 setembro 2009

O blog de um génio!, perdão... Um louco

Deixo aqui um blog absolutamente delirante, que goza um pouco com as pessoas, sem nunca chegar a ser ofensivo para fazer humor.

Mail de um Louco

Deixo aqui uma das geniais conversas por e-mail:

TINTA por Jpinto


Boa Noite, estou a escrever-lhe este mail porque me deparo com uma situação caricata em casa e não sei como resolver:
Chamo-me Mário Dias e tenho aqui 2 bidões de tinta que adquiri de V.Exas.
Tenho 40 anos, sou divorciado e pai do Bernardo que têm 4 anos.
Hoje de manha resolvi fazer bodypaint com o miúdo e pintei lhe o corpo todo de azul e vermelho.
Para minha grande surpresa, ele já tomou 3 banhos e a vossa tinta não há maneira de sair do corpo do rapaz.
O problema é que a mãe dele regressa amanha de férias e vem cá busca-lo por volta das 17 horas. Estou com bastante medo de que a tinta não saia até ela chegar. Tenho receio de perder as semanas que o tribunal me concedeu com ele por causa desta brincadeira.
Até álcool já tentei e o único que consegui foi por o meu filho a chorar porque lhe entrou um pouco no olho.
Aconselhem-me por favor que não sei mesmo o que fazer...
Agradeço desde já a resposta,
Mário Dias

P.S. Ele hoje vai dormir no chão para não haver risco de me sujar os lençóis mas se entretanto lerem este mail ainda hoje e me garantirem que não há problema nenhum ele dorme na cama dele.


Bom dia Sr. Mário Augusto.

O que lhe tenho a dizer é que a nossa tinta não é para ser aplicada de forma alguma em bodypaint. A nossa empresa não comercializa nem produz esse tipo de tinta.
A tintas 2000 só produz tintas que são orientadas para 3 tipos de mercados (Construção Civil e Industria de Metalomecânica e Mobiliário) não havendo nenhuma tinta aconselhada nem orientada para BodyPaint.
Depois dessa atitude o que lhe aconselho a fazer é ir ao Hospital o mais rapidamente possível de modo a tentar resolver a situação criada por si.
Penso que não deveria aplicar nenhum tipo de produto no seu filho pois pode estar a agravar ainda mais a situação.
Espero que resolva a situação.
Cumprimentos
Bruno Azevedo



Bom dia,
obrigado por me tentar ajudar, penso que o Bernardo hoje está menos vermelho, mas o azul parece-me mais forte.
Não posso ir ao hospital porque ficam lá os registos da minha deslocação, além de que depois o Bernardo diz à Mãe o que aconteceu.
Estou a tentar que ele não perceba o que se passa, por isso ele não vai estar com ninguém até a mãe chegar nem vai olhar para nada espelhado.
Ele está na garagem porque esteve aqui um casal amigo de manhã, mas daqui a pouco, à hora de almoço, vou leva-lo a um tanque para tentar solucionar isto.
Já comprei sabão azul e pedra pomes.
Hospital será o último recurso, já imaginou as minhas figuras a entrar lá com o miúdo neste estado?
Estive a confirmar e nas latas das tintas2000 não tem nenhuma indicação que não se pode pintar crianças, pelo que certamente isto já aconteceu várias vezes.
Não me sabe dizer se em todos os casos os pais levaram os filhos aos hospitais?
Cumprimentos e obrigado por me estar a tentar ajudar,
Mário Dias


Este gajo é absolutamente genial.
Mário Dias ao poder!

05 setembro 2009

Inglorious Basterds

Quinta-feira à noite lá fui eu em mais uma peregrinação a uma sala de cinema, para assistir a um espectáculo de um dos meus devotos realizadores: S. Tarantino.
Fui um fã tardio - desde Kill Bill -, mas sou fiel a tudo o que faz!
"Inglorious Basterds" não foge à regra das outras obras do autor, e é uma delícia do início ao fim.
Talvez seja uma delícia ainda maior.
A trama desenvolve-se durante a II Guerra Mundial, e a ideia para o filme não deve ter sido muito difícil de a ter. E só o mestre Tarantino a poderia transpor para a 7ª Arte. Matar Nazis - aqueles gajos que toda a gente odiava/odeia e que pareciam não morrer na proporção devida - era o sonho de qualquer pessoa que não fosse apologista da Propaganda, mas o absurdo de tal pensamento não ocorre a qualquer um, só aos génios. E aqui o objectivo é ainda mais ambicioso: destruir o nazismo e os seus principais mentores de uma cajadada só.
De resto, e em relação ao filme propriamente dito, não se podem apresentar falhar ao argumento, as interpretações estão brutais, os diálogos surrealmente deliciosos não falham, sejam em que língua forem - o filme é sempre falado na língua de origem das personagens, oscilando entre o Francês, o Alemão e o Inglês.
A montagem do filme, dividida por 5 capítulos, dá-nos tempo para aclarar as ideias.
A relação momentos de diálogo/momentos de acção está muito bem explorada. Há tempo para desenvolver as personagens, com as fantásticas trocas de ideias desenhadas por Tarantino, moldar o seu papel no filme, dar-se a conhecer ao espectador. Nos momentos de acção, por assim dizer, vem a parvalheira total, o sangue, o choque, a espectacularidade.
Quanto à realização, o mestre consegue mexer tudo na perfeição, consegue focar a nossa atenção naquilo que ele quer, faz-nos estar sempre à espera do próximo momento, e acima de tudo, explora melhor que ninguém os trejeitos das suas personagens, dá-lhes realidade e não um ar plástico.
Na parte da representação, há que dar uma palavra especial a Brad Pitt e Cristoph Waltz. O primeiro está a tornar-se especialista em papéis cómicos ("Burn After Reading" e "Inglorious Basterds" são a prova disso), consegue ter prestações absolutamente delirantes, constrói muitíssimo bem a personalidade a adquirir. E o Sargento Aldo Raine é precisamente aquilo que devia ser - americano, sem nada na cabeça, bruta-montes, pacóvio, uma caricatura das forças armadas americanas. O austríaco Waltz vai tão bem no papel de vilão, que até já venceu o prémio de melhor actor do Festival de Cannes.
No geral, penso que o o conjunto de actores foi optimamente bem escolhido, e acima de tudo, bem dirigido. Todos têm prestações muito agradáveis.
Resumindo, são 2 horas e meia de filme que passam a uma velocidade estonteante., porque a história tem conteúdo, as personagens não são ocas, os diálogos estão lá porque têm que estar, não são para encher chouriços. Passa mais rápido do que qualquer uma dessas comédias românticas de 90 minutos que por aí pululam, e por isso desempenha o papel de filme de entretenimento melhor que ninguém, sem perder a qualidade. Melhor dizendo, filmes deste gabarito não os há por aí aos pontapés.
Apenas um pormenor, adorei as legendas a amarelo.
Um dos melhores filmes que já vi. Não fica atrás de nenhum dos melhores filmes de Quentin Tarantino.
Uma obra-prima, portanto.

10/10

ISIS - "Wavering Radiant"

Mais uma vez, digo que o metal não é o meu terreno, conheço pouca coisa, mas conheço alguma de excelente qualidade. Tool será o expoente máximo da minha sapiência na área. E “Wavering Radiant”, o álbum em que primeiro contacto com ISIS, assemelha-se muitas vezes à sonoridade tão característica de Tool.
São 7 músicas intensas, com baixos poderosos, guitarras melódicas, riffs insistentes, baterias a marcar o ritmo contagiante. Confesso que, em algumas das vezes que ouvi o álbum, preferia que não houvesse voz. Não por esta ser má, mas porque o instrumental é, por si só, excelente.
Com “Hall of the Dead”, temos uma entrada em grande, que é para nos começarmos a habituar ao que aí vem – verificar, aos 2:40, um momento em grande. “Ghost Key” é fantástica, pelo menos na minha óptica. Ritmos avassaladores, intercalados com um grande momento shoegaze, e até os (poucos) grunhidos do vocalista lhe dão um ar especial, no momento ideal. Ou seja, esta música consegue destacar tudo o que mais gosto neste álbum dos ISIS. Em “20 Minutes / 40 Years” destacam-se a excelente melodia das guitarras logo de início, que embalam a música para tons ora mais pesados ora mais relaxantes, para depois rebentar novamente em riffs frenéticos. Para o fim, ficou reservada “Treshold of Transformation”, que é A música. Intensa, poderosa, entusiasmante, viciante, perfeita. Tudo se conjuga na perfeição, tudo é perfeito. As restantes músicas mantêm a bitola bastante elevada, o que faz com que “Wavering Radiant” seja um dos meus álbuns de metal preferidos do ano.

Vou ter que continuar atento às vertentes mais alternativas da música mais “pesada”.

8,5/10

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