17 julho 2009

Marés Vivas'09 - Dia I: Lamb, Primal Scream, Kaiser Chiefs

Primeiro dia do festival.
Segundo números que li por aí na net, a "casa" registou cerca de 18 mil pessoas. Um número bem simpático, tendo em conta a hora tardia dos concertos - o dos Kaiser Chiefs terminou perto das 3h da manhã -, e o facto de ser a um dia da semana, com trabalhinho no dia seguinte para alguns (aqui entra a parte negativa: a chavalada toda, a pensar que está a curtir um concerto de metal... Mas já lá vamos).

O primeiro concerto, dos Lamb, não vi. Limitei-me a ouvir a parte final, à distância. A justificação é simples. Além de ter chegado já o espectáculo decorria, tive que ficar algum tempo numa fila interminável, para me darem a pulseira dos 3 dias de festival. E aqui, eu pergunto: não seria mais fácil distribuí-los imediatamente à entrada, ou então no acto da compra do bilhete? Depois, a tenda onde se ia buscar a dita era minúscula e mal sinalizada. Um aspecto a melhorar.

Depois, já pude assistir a parte do concerto dos Primal Scream, uma banda que encantou principalmente com "Screamadelica", um marco dos anos 90, e que marcou as 2 últimas décadas da música mais indie. Apesar de não conhecer muito da banda - tirando os clássicos do álbum supracitado, mais dançáveis -, apreciei bastante o concerto. Uma mescla de electrónica/pop com um rock'n'roll apurado e ácido. Impossível ficar parado. Foi uma hora bem passada, e pareceram-me estar em boa forma! De realçar que o prémio para o "fura-tímpanos" do festival deste ano já lhes pertence, isto porque o final do concerto foi marcado por uma distorção nunca antes sentida por mim, e não fosse o meu problema auditivo crónico, não sei como aguentaria a coisa.

De seguida, e já depois da 1h da matina, subiram ao palco os gajos mais aguardados da noite. Os Kaiser Chiefs são uma banda com 5 anos e 3 álbuns, mas que já contêm uma série de músicas extremamente conhecidas pelo público em geral. Isto porque a energia das mesmas e os refrões "orelhudos" assim o potenciam. Neste concerto, decidi chegar-me mais à frente, para bem perto do palco (20 metros?), para assim poder curtir um pouco mais o ambiente. E logo tudo começou mal. Putos todos bêbados, que com certeza não sabem bem àquilo que foram, aos primeiros acordes de "Spanish Metal" (a música de abertura), começaram feitos malucos a fazer mosh pit, circle pit e wall of death. Mas está tudo maluco?? Kaiser Chiefs potenciam isso?? O mundo está perdido... Depois de uma música e meia a tentar afastar-me da estupidez, entre alguns murros, puxadelas de cabelo e pontapés, lá nos conseguimos situar num local mais calmo e mais aprazível, entre 2 grupos de "mosh piters" acéfalos.
Mas falando de coisas boas (que também as houve), os KC deram um belo show. Apesar de não serem das minhas bandas preferidas, entusiasmaram-me bastante, principalmente com as músicas do primeiro álbum e algumas do mais recente trabalho, de 2008. Ainda deu para andar aos saltos e para cantar a plenos pulmões músicas como "I Predict a Riot", "Never Miss a Beat" ou "Everyday I Love You Less and Less".
O vocalista, Ricky Wilson, é um poço de energia, é a alma da banda. O homem não pára um bocado, sobe a estrutura metálica do palco, mistura-se com o público, bebe uma cerveja de "penalty" numa das barracas, depois de a ter escalado... (está justificado o porquê de já ter partido uma perna num concerto). Conseguiu pôr o público ao rubro, todo a seus pés. Se a banda consegue alguma energia com as batidas ritmadas, Ricky triplica-a com o seu espírito.
Foi pouco mais de hora e meia de puro entretenimento. E pronto, uma das bandas sobre a qual tinha alguma curiosidade de ver ao vivo já está!



Hoje, dia de Scorpions e Guano Apes, irei saltar a chance, porque não me empolgam por aí além, e amanhã lá estarei para assistir a um Jason Mraz descontraído e a uns Keane que, imagino, arrastarão uma legião de fãs.

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